sexta-feira, 29 de abril de 2016

Câncer de pele, o mais comum em homens e mulheres no Brasil


No Brasil, o câncer de pele é o tipo mais comum, tanto em homens quanto em mulheres.  A doença é provocada pelo crescimento anormal e sem controle de células que compõem a pele. Embora corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País, apenas 4% são do tipo mais grave.
“Os tipos de câncer de pele mais comuns são os carcinomas basocelulares (CBC) e espinocelulares (CEC), que são menos agressivos e têm alta taxa de cura, especialmente com a detecção precoce do problema. O tipo melanoma, que é realmente o mais grave, felizmente é o menos frequente também”, afirma a dermatologista Christiana Blattner, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para noções de comparação, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) para novos casos de câncer de pele em 2016 é de cerca de 175 mil do tipo não melanoma e pouco mais de 5600 novos casos de câncer de pele tipo melanoma.
Prevenção e esclarecimentos sobre os filtros solares
A radiação ultravioleta decorrente da exposição excessiva ao sol é a principal responsável pelo desenvolvimento dos tumores de pele do tipo não melanoma. “A correta prevenção contra os raios solares, é uma arma importante de prevenção, por isso o uso dos filtros protetores precisa virar um hábito”, alerta a dermatologista.
A capacidade de proteção dos filtros solares depende da sua eficiência de ser espalhado pelo corpo. “Os mais eficientes são creme-gel ou loção, pois seus componentes são dissolvidos em substâncias mais oleosas, formando um filme mais regular na pele”, explica a médica. “O protetor em gel pode formar um fenômeno chamado rolling (esfarelamento do gel e formação de “bananinhas”), e se não for bem aplicado, perde sua eficiência, assim como os protetores em spray, que são em base aquosa ou oleosa. O maior problema é que se não forem passados em toda superfície, não proporcionam a fotoproteção adequada. Além disso, o spray sai rápido da pele, e não é possível ver onde exatamente está sendo aplicado”, acrescenta a especialista.
Os filtros devem ser aplicados a cada 2 ou 3 horas, quando estiver em áreas expostas ao sol, se houver muito suor ou longos períodos em imersão na água.  A aplicação deve ser realizada cerca de 20 minutos antes da exposição.
Proteção solar e a utilização de repelentes
Mas como proteger a pele do sol e também de outras ameaças, como picadas de mosquitos? Em tempos de alerta contra o mosquito Aedes Aegypti, que pode transmitir o vírus da febre amarela, dengue, zika e chikungunya, muita gente fica em dúvida sobre que produto utilizar primeiro: repelente, ou protetor solar?
A resposta: “use primeiro o protetor solar. Espalhe-o em todas as áreas expostas e, cerca de 15 minutos depois, quando a pele já o tiver absorvido, utilize o repelente”, orienta a dra. Christiana.
Novas descobertas para tratar o melanoma
Embora menos frequente, o câncer de pele do tipo melanoma é o que causa mais preocupação, por ser mais grave. Mais resistente aos tratamentos tradicionais de combate ao câncer, ele é a forma da doença com maior risco de se espalhar para outros órgãos além da pele (metástase).
Nos últimos anos, a ciência tem avançado bastante e já existem alguns medicamentos que conseguem evitar que o melanoma se espalhe. Outra linha de atuação para controlar o melanoma é o uso de medicamentos que reforçam o sistema imunológico. “Quando há um agente agressor no corpo, seja um vírus ou uma bactéria, por exemplo, nosso sistema imunológico ‘acorda’ para atacá-lo, e depois se desliga naturalmente. Muitas vezes, os tumores ‘desligam’ o sistema imunológico antes que ele consiga combatê-los.  O que esses medicamentos fazem é fortalecer o sistema imunológico para evitar isso. Essa é uma linha de atuação que ainda demanda estudos, mas tem se mostrado promissora para tratar vários tipos de câncer”, conclui a especialista.



quarta-feira, 27 de abril de 2016

Como acabar com a irritação na vista

Quem passa muitas horas diante do computador, smartphone ou dos livros costuma enfrentar períodos de irritação e ressecamento ocular. Lágrimas artificiais podem ajudar a controlar o problema, mas apenas temporariamente. Portanto, vale a pena seguir algumas recomendações do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, para ter olhos sempre saudáveis:
1.    Condicione-se a piscar mais frequentemente. As pessoas piscam entre 14 e 18 vezes por minuto. O piscar promove uma limpeza de toda sujeira e oleosidade depositada na superfície dos olhos e os mantém hidratados. O problema é que, diante de um computador, de um livro, da TV ou de algum outro acessório tecnológico, as pessoas acabam piscando muito menos. Sendo assim, aos poucos passam a sofrer com o ressecamento dos olhos e a irritação desencadeada pelo acúmulo de sujeira. Uma boa ideia é recorrer a aplicativos de celular que alertam para a necessidade de piscar. Ou ainda se programar para fazer pausas a cada 60 minutos e piscar durante 20 segundos.
2.    Evite vento no rosto. Seja do ventilador ou do ar-condicionado, o vento resseca a superfície dos olhos mais do que o normal. Até mesmo o vento do secador de cabelo não é saudável para os olhos, porque compromete toda a sua lubrificação – lembrando que, além de limpar e manter os olhos lubrificados, as lágrimas têm também anticorpos e proteínas de defesa que são muito importantes no combate a bactérias oportunistas. Sendo assim, quem vai sair num dia de muito vento deve, no mínimo, estar bem protegida com óculos de sol.
3.    Coma mais peixes e nozes. As lágrimas têm óleos análogos ao ômega-3 e ao ômega-6, que são ácidos graxos. Sendo assim, se a pessoa tem tendência ao ressecamento dos olhos, terá também uma deficiência dessas substâncias que precisa ser compensada. O ideal, neste caso, é mudar o hábito alimentar, incluindo diariamente mais peixes e nozes (castanha-do-pará, castanha-de-caju, amêndoas, amendoim etc.) à alimentação. Em caso de intolerância, uma alternativa é recorrer aos suplementos – sempre com recomendação do oftalmologista.
4.    Tenha mais cuidado com os olhos. Cuidar bem dos olhos deveria ser uma rotina na vida das pessoas. Começa por sempre lavar bem as mãos antes de tocar ou coçar os olhos, manter sempre óculos e lentes de contato devidamente higienizados, jamais dormir com as lentes de contato, evitar exposição ao sol sem proteção de óculos escuros, evitar mergulhar em águas não tratadas ou muito povoadas etc. Mas a recomendação principal é sempre buscar um serviço especializado em caso de algum mal-estar visual, vermelhidão e irritação prolongada.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Retire a maquiagem antes de dormir

Para boa parte das mulheres usar maquiagem no rosto faz parte da rotina. O objetivo é esconder olheiras e outras imperfeições na pele, além de realçar os traços. Mas, na hora de tirar a pintura, principalmente antes de dormir, muitas não têm preocupação, por exemplo quando voltam do trabalho cansadas ou de festas, e acabam indo dormir maquiadas mesmo. Erro grave, como garantem especialistas em pele.
O dermatologista Gilvan Alves (CRM 7940) alerta que não tirar a maquiagem pode provocar acne na pele do rosto. “A maquiagem acaba acumulando sujeiras, suor, enfim, as impurezas suspensas no ar durante o dia e que precisam ser removidas do rosto à noite. A acne é apenas um dos problemas. Sem a devida limpeza a pele pode ser acometida de infecções, ficar com poros abertos e perder o brilho”, explica.
A remoção da maquiagem, segundo o especialista, deve começar com um demaquilante. O produto deve ser aplicando utilizando algodão. As opções incluem as oleosas e à base de álcool, e a escolha deve ser de acordo com o tipo de pele.
“Para melhor hidratar a pele do rosto recomendo o consumo de muito líquido, a preferência deve ser pela água e sucos naturais, além de alimentos que contenham vitaminas A e C, como a laranja e a cenoura. Os hidratantes são importantes para preparar a pele antes de dormir. As melhores opções são os feitos a base de vitaminas A e C”, finaliza o dermatologista.


sábado, 23 de abril de 2016

Você sabe se comportar no trabalho?

O conhecimento e a prática de boas maneiras no trabalho continuam sendo um desafio dentro das empresas. O modo de se vestir, de tratar o colega, a maneira como você fala da empresa e de seus chefes, são detalhes que dizem muito sobre sua atitude. Mas, é possível melhorar o convívio com os colegas e  alcançar os objetivos desejados no trabalho.
Segundo Maria Inês Borges da Silveira, consultora de Comportamento Profissional, Etiqueta Social e Internacional, Cerimonial Público e Privado e Marketing Pessoal, existem alguns aspectos que devem ser levados em consideração na hora de uma entrevista, já que, nesse momento, sua postura e boas maneiras são minuciosamente observadas. “É importante tomar alguns cuidados no dia da entrevista, como chegar cedo ao local, com, no mínimo, meia hora de antecedência. Chegar atrasado além de deselegante, pode fazer com que você perca a oportunidade de emprego ali”, explica ela.
Uma boa dica é tentar se informar sobre a empresa e suas políticas antes da entrevista. Ao entrar na sala de entrevista, você deve permanecer em pé, até que lhe convidem para sentar. Deixe sempre o interlocutor começar a conversa. Jamais faça observações negativas sobre seu antigo emprego e evite excesso de familiaridade ou de franqueza.
Mas, o que eu devo vestir no dia da entrevista? Maria Inês comenta que para as mulheres a roupa ideia é um terninho, um tailleur ou até mesmo uma calça e camisa de manga comprida. A especialista recomenda evitar roupas muito justas, transparentes ou decotadas. Quanto aos acessórios, estes devem ser sempre discretos. Para os homens, ela recomenda ternos de cores sóbrias, ou calça e camisa de manga comprida. “O importante é estar com a roupa limpa, passada e discreta. Os homens também devem evitar bermudas, camisetas e roupas justas demais”, ressalta.
Passada a entrevista, para que o seu dia a dia no trabalho seja tranquilo e harmonioso, Maria Inês explica que você deve tomar alguns cuidados simples, como bater à porta antes de entrar em uma sala, sentar de forma adequada e com as pernas unidas, não mascar chicletes, não fazer fofocas, nem ter conversas inconvenientes durante o horário de trabalho, usar perfumes de maneira adequada. E jamais usar materiais do escritório em benefício próprio. “Tenha comprometimento, procure qualificação, faça além do que foi solicitado. Seguindo estas dicas com certeza você terá muito sucesso profissional”, finaliza a consultora.



quinta-feira, 21 de abril de 2016

Tecnologia: se não pode com ela, junte-se a ela

Cada dia que pas­sa a tecnologia vai aumentan­do e, com a facilida­de de obter informa­ções pelas máquinas, as pessoas, principal­mente os jovens, estão se afastando de outros meios de comunicação e até interesse em par­ticipar das atividades escolares. Com essas mudanças, as pesso­as, inclusive as do am­biente escolar, não sa­bem como lidar com isso.
Muitas pessoas acreditam que a tecnolo­gia atrapalha todas as rotinas, especialmen­te na escola. No ambiente escolar, os profes­sores, pais e os educadores em geral, estão preocupados com os alunos que não pres­tam atenção nas tarefas escolares para ficar em redes sociais. Mesmo preocupados, mui­tas escolas resistem em usar a tecnologia a favor da aprendizagem.
Entretanto, já que a tecnologia e redes so­ciais estão “tomando conta”, acredito que o melhor a fazer é se juntar a elas. Assim, com o equilíbrio e adaptações, o uso de novas tec­nologias pode ficar mais agradável de con­viver. O importante é não impedir de usar, pois usar escondido pode não ter controle das situações que po­dem ocorrer atrás das redes sociais.
Existem planos edu­cacionais que já ado­tam essa prática, dei­xando os alunos usar a internet nos celula­res e outros aparelhos eletrônicos para ajudá-los nas atividades e ta­refas escolares, poden­do pesquisar e intera­gir com a tecnologia disponível sem deixar de aprender e de se di­vertir ao mesmo tempo. Essa liberdade em usar aparelhos eletrônicos em sala de au­la provoca curiosidade no aluno para pes­quisar e procurar mais os assuntos, fazendo com que a aprendizagem fique mais agradá­vel e divertida.
Portanto, é possível dizer que a tecnolo­gia pode ser uma ferramenta positiva para auxiliar na aprendizagem, sempre manten­do o equilíbrio com os métodos pedagógi­cos da escola.

(Artigo da psicóloga humanista Vanessa Sardisco, CRP 06/118543)


terça-feira, 19 de abril de 2016

Mexa-se com saúde


Praticar atividades físicas é uma das principais formas de medicina preventiva. Uma pessoa ativa vai sete vezes menos ao médico do que aquelas que são sedentárias. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a inatividade é o quarto maior fator de risco de mortalidade global.
No entanto, muitos brasileiros ainda não se conscientizaram sobre a importância da prática de exercícios físicos. Quase metade (48%) da população brasileira é sedentária, aponta a Pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde. O estudo mostrou ainda que 35% da população se exercita três vezes por semana, quando o ideal seria 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. “Mesmo com a rotina agitada, é possível encontrar uma janela para se exercitar e, consequentemente, cuidar da saúde”, diz o preparador físico Marcio Atalla.
Veja algumas dicas do preparador físico para iniciar as atividades físicas com saúde:
Olhe para o ambiente - Muitas vezes, as pessoas não têm tempo de ir à academia, mas há várias outras opções viáveis. Entre elas, trocar o elevador pela escada, nadar na piscina do prédio ou correr no parque aos finais de semana, usar a bicicleta como meio de transporte, entre outros. A dica é: olhe ao redor e preste atenção em atitudes simples que podem ser transformadas em movimento.
Não se prive – Um estilo de vida saudável não significa abrir mão dos pequenos prazeres, o que importa, sempre, é o equilíbrio entre as calorias ingeridas e as gastas. No contexto da alimentação, o corpo precisa de todos os nutrientes para o bom funcionamento do organismo. Dietas da moda que excluem o açúcar, gordura ou o glúten não são eficazes no longo prazo. Para quem está num projeto de fazer exercícios, inclusive, o carboidrato tem papel fundamental como fonte rápida de energia e fortalecimento dos músculos.
Descubra uma atividade que lhe dê prazer – Estar em movimento é essencial, porém, para ser algo regular, precisa ser também prazeroso. Sendo assim, vá trás do que você gosta de verdade! Se não é a academia, que tal tentar fazer aulas de dança, natação, yoga, pilates, as possibilidades são variadas e atendem a todos os gostos.
Convoque um (a) amiga(o) -  Atividades em grupo ajudam bastante, principalmente, quando é preciso motivação. Segundo um estudo publicado pela Associação Americana de Psicologia, pessoas que treinam com amigos tem uma perda de peso maior, além de ter mais chances de manter a regularidade dos exercícios.  Segundo Atalla, o exercício proporciona a criação de uma rede de pessoas que gostam de praticá-los juntas, seja na academia, no parque ou em qualquer outro espaço, promovendo encontros prazerosos.
Pense nos benefícios do movimento e alimentação saudável – Cuidar da saúde reflete em muitos benefícios, tais como autoestima, longevidade e prevenção. Quem não quer ter um corpo bonito? O padrão de beleza é individual, mas as atividades e boa alimentação contribuem para qualquer gosto, principalmente, para quem busca o emagrecimento, a manutenção do peso ou o fortalecimento dos músculos. O movimento está relacionado à medicina preventiva, ou seja, os benefícios das atividades são tantos que até podem evitar gastos médicos no futuro, já que o corpo permanece mais forte e resistente.


domingo, 17 de abril de 2016

Quais exames um pré-natal deve conter?

Tão logo seja descoberta a gravidez, a futura mamãe iniciará o pré-natal com o suporte de um obstetra de confiança, para identificar situações que podem interferir tanto em sua saúde quanto na do feto.
Esse acompanhamento será feito por meio de exames que indicarão quais os cuidados pré-natais e possíveis tratamentos. O obstetra e ginecologista Mário Burlacchini enumera quais os principais, de acordo com a fase da gestação:
Primeira consulta
A primeira providência é fazer o exame de sangue para confirmar a gravidez. Com o resultado positivo em mãos, o especialista solicita:
·         Ultrassom transvaginal (se o atraso da menstruação já estiver por volta de 6 a 7 semanas): avalia se o embrião está implantado adequadamente no útero, qual o tempo da gravidez, se é gemelar e se é ectópica, ou seja, ocorre nas trompas;
·         Hemograma completo: checa os níveis de globulina e a necessidade de reposição de vitaminas;
·         Tipagem sanguínea para fator RH: identifica se mãe possui RH negativo;
·         Glicemia: aponta se a mulher é diabética;
·         Sorologia para rubéola, toxoplasmose, HIV, sífilis e hepatites A e B: se identificadas, estas doenças podem resultar em malformações fetais;
·         Urina tipo 1: investiga infecções e doenças renais;
·         Parasitológico de fezes (exame de rotina);
·         Papanicolau, se mulher realizou há mais de um ano.
1º trimestre/entre 11 e 14 semanas
·         Ultrassom morfológico: avalia as malformações fetais e a translucência nucal, a qual pode dar indícios da Síndrome de Down; para confirmar este quadro fazem-se os exames beta HPG livre e PAPP-A.
2º trimestre / entre 20 e 24 semanas
·         Ultrassom para acompanhar crescimento fetal, peso e líquido da placenta;
·         Glicemia com sobrecarga: retira-se sangue depois da ingestão de uma alta taxa de glicose a fim de averiguar a ocorrência de diabete gestacional.
3º trimestre
Entre 30 a 32 semanas
·         É o período ideal para realização do ultrassom 3D (imagem estática) ou 4D (imagem com movimento): com essa tecnologia é possível ver melhor órgãos internos do feto, como o funcionamento do pulmão. São mais indicados para casos de desconfiança de malformações, em virtude do grande detalhamento da imagem, e nas gestações normais contribuem para aumentar ainda mais o vínculo entre pais e nenê.
Entre 34 a 36 semanas
·         Ultrassom obstétrico: verifica o desenvolvimento do feto de acordo com a idade gestacional;
·         Repetição do exame para HIV e sífilis: é importante rastrear novamente, porque essas doenças podem ser transmitidas ao bebê durante o parto;
·         Streptococus do grupo A (bactéria existente no trato intestinal normalmente): pesquisar se há na vagina ou no ânus, pois no parto pode passar à criança e gerar infecção pulmonar – importante causa de morte no primeiro dia de vida do recém-nascido.
SINAL DE ALERTA
Segundo o dr. Burlacchini, algumas gestantes requerem cuidados adicionais e um acompanhamento ainda mais criterioso, quando apresentarem:
·         Hipertensão: são solicitados exames para aferição do nível de colesterol,  coagulação sanguínea, além de exames de ureia, creatinina, proteína na urina de 24h e ácido úrico, para checar a função renal. Faz-se também ultrassom para averiguar crescimento fetal e teste de vitalidade fetal, que verifica oxigenação, bem-estar e nutrição.
·         Diabetes: a gestante deve controlar a glicemia com o exame do furinho do dedo – de 5 a 7 vezes por dia.
·         Problemas hematológicos: investiga trombofilia.
·         Cardiopatia: edocardiografia, eletro e ecocardiograma fetal, quando há histórico de a mulher ter nascido com cardiopatia congênita ou tiver filho com problemas no coração.
·         Contrações antecipadas: faz-se a fibromectina fetal para verificar se bebê corre risco de nascer antes do tempo


sexta-feira, 15 de abril de 2016

Aprenda a limpar os pinceis de maquiagem


A limpeza de pinceis de maquiagem é um tema pouco estudado, mas que merece muita atenção. Quem não se lembra do caso da australiana que ficou paraplégica após ser contaminada por uma bactéria proveniente do pincel de maquiagem de uma amiga? Nossa flora bacteriana, quando saudável, não representa nenhum mal, mas pode representar desequilíbrio em outra pessoa. Por esse motivo que os produtos de maquiagem são desenvolvidos para uso pessoal. No caso de uso coletivo, devem ser seguidas normas de biossegurança tão importantes quanto lavar frutas e verduras ou mesmo talheres.
Para entender o assunto a fundo, a maquiadora Kátia Freire liderou uma pesquisa* sobre o tema em parceria com a Universidade Federal da Paraíba e fez uma importante descoberta: a única forma que elimina 100% das bactérias é lavar os itens com sabão bactericida e borrifar álcool etílico 70% (que você pode adquirir em farmácias ou supermercados). Essa é a combinação matadora que apresenta eficácia na limpeza dos pincéis sem causar danos às cerdas.
Ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, lavar os pinceis com xampu feitos para bebês e condicioná-los em seguida, não desinfeta os instrumentos. “Não há embasamento científico algum para essa prática. Qual a lógica de fazer limpeza de um material que se contamina com fungos e bactérias e lavá-lo com xampu para bebê? Sobre o condicionador, toda forma oleosa ajuda na fixação de bactérias e fungos, mesmo após o enxágue, pois ficam os resquícios, por conta da oleosidade que não sai 100% com água”, explica Kátia.
Passos para um pincel limpo de verdade:
- Lave bem as mãos antes de tudo. Molhe o pincel na água e esfregue as cerdas no sabão bactericida. Continue esfregando e enxaguando até que a espuma esteja complemente branca. Repita a operação pelo menos duas vezes.
- Esfregue o cabo em uma bucha com sabão. Sim, o cabo também fica sujo e se contamina, por isso, não tenha medo de lavá-los. No caso dos pinceis para aplicar batom, que possuem cerdas menores, utilize uma escova de dente para higienizar com mais facilidade.
- Retire o excesso de água com um papel toalha ou higiênico e borrife álcool a 70% nas cerdas e no cabo. Esse álcool evapora e não deixa riscos para a pele.
- Coloque os pincéis lavados em uma superfície com papel toalha ou sobre uma tolha limpa em lugar arejado ou com luz solar, de preferência, para secarem com mais segurança. Lave também todos os recipientes que você deixa os pincéis, pois eles também precisam de higienização. 
Fique esperta
- As doenças comuns que podem aparecer pela contaminação dos pinceis e produtos de maquiagem são: conjuntivites, herpes no lábios, clamídia, dermatites, acne e alergias.
-  Aprenda a reconhecer os sinais de irritações na pele e procure um dermatologista ao identificar alterações nos olhos e nos lábios, nariz escorrendo, acne purulentas e feridas abertas.
- Busque profissionais que garantam uma higienização eficiente dos materiais usados e da pele das clientes. Isso já ajuda bastante na redução de bactérias e contaminação, afinal, pincéis sujos podem servir como meio de cultura para transmissão de doenças.

*O estudo foi realizado no Laboratório de Biologia Bucal (LABIAL) da Universidade Federal da Paraíba pela equipe formada pelo prof. dr. Fábio Correia Sampaio, dr. Allan Reis, a especialista e maquiadora Kátia Freire, a doutoranda Patrícia Freitas e a acadêmica Carla Alves.



quarta-feira, 13 de abril de 2016

Previna-se contra a gripe H1N1


Médicos da Sociedade Brasileira de Infectologia fazem um alerta sobre os cinco principais passos para se proteger contra o contágio pelo vírus Influenza H1N1. A vacinação e uma atenta higienização das mãos são fundamentais para se proteger contra a doença, mas cuidados com o sono e a alimentação também pesam na prevenção.  
No ano passado inteiro, 141 brasileiros pegaram o vírus, mas neste ano, em menos de três meses (até o dia 22 de março), o estado de São Paulo sozinho já havia notificado 260 casos da doença. Quanto às mortes, o Brasil teve 36 em 2015, mas em 2016, 38 paulistas já morreram em função das complicações da doença.
A médica Nancy Bellei, da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que a vacina contra H1N1 é a principal arma da população contra a doença. Evitar o contato com pessoas gripadas, no entanto, também é uma medida importante. Vale lembrar que é recomendável que as pessoas gripadas suspendam atividades de rotina como trabalho e estudos, afim de evitar a propagação do vírus em locais com aglomeração.   
Nancy também alerta para a importância de manter a imunidade boa. Quando a imunidade cai, o risco de se adquirir o vírus aumenta potencialmente. “Praticar exercícios físicos, ter alimentação saudável e o sono regular também são importantes para a prevenção", explica.  
Conheça os cinco passos mais importantes da prevenção contra H1N1:
 - Não deixe de se vacinar contra o vírus H1N1. A vacina será disponibilizada pelo SUS agora em abril para os grupos com risco de maior complicação como o dos idosos, crianças de seis meses a 5 anos,gestantes, puérperas (que acabaram de dar à luz), portadores de doenças crônicas, funcionários do sistema prisional e da área da saúde. Para quem não está nos grupos de risco, é possível tomar a vacina na rede particular;  
- Evite o contato com as pessoas com a gripe H1N1, como abraço, beijo e aperto de mão. Em ambientes fechados, procure deixar as janelas abertas para que haja circulação do ar;
- Lave muito bem as mãos com água e sabão (inclusive entre os dedos, nos pulsos e por dentro das unhas) e utilize álcool gel para uma higienização completa. Se não for possível, faça pelo menos um dos dois procedimentos;  
- Se segurar em lugares públicos como maçanetas, corrimãos, apoios do metrô e dos ônibus, evite levar as mãos até os olhos, nariz e boca enquanto não puder fazer nova higienização;
- Evite estresse, ansiedade, má alimentação, dormir pouco, beber e usar drogas. Isso enfraquece o sistema imunológico e deixa o organismo ainda mais exposto ao vírus.


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Dicas para malhar na gravidez

Durante a gestação, é muito importante que a futura mamãe cuide da saúde para garantir uma boa gravidez e assegurar que o bebê seja saudável também. Mas, muitas gestantes não sabem que podem realizar atividades físicas durante o período de nove meses. Algumas dúvidas em relação ao peso, à elasticidade e também ao tempo do exercício são comuns nesse período.
 personal gestante e educadora física Roberta Gabriel (CREF: 039927- G/RJ) dá algumas dicas para que as mamães possam manter os exercícios em dia, sem afetar a saúde da gestante e do bebê.
Os exercícios
Assim como uma dieta, os exercícios são indicados de acordo com cada corpo e necessidades individuais. Os treinos das mulheres grávidas estão longe de ser uma adaptação de atividades normais com a carga reduzida. Eles têm que ser controlados, sem impacto, visando o aumento do tônus das musculaturas afetadas na gravidez e no parto, como assoalho pélvico, costas e abdômen.
Os benefícios
Manter o corpo ativo ajuda a amenizar os desconfortos que a gravidez naturalmente traz como dor nas costas e inchaço, é importantíssimo para lidar melhor com a onda de hormônios e controla o surgimento de doenças próprias da gestação como a diabetes gestacional e a hipertensão. Melhora também a autoestima e a qualidade do sono, aumenta a sensação de bem-estar e atua efetivamente no controle do ganho de peso. Praticar exercícios durante o período gestacional prepara o corpo para o momento do parto, principalmente em casos de parto normal, auxiliando na elasticidade, bem como o processo pós-nascimento do bebê.
Cuidando do futuro do bebê
Diversos estudos comprovam que os benefícios da atividade regular da mãe chegam ao feto. Dentre eles, o aumento de oxigenação e a melhora do fluxo de sangue que ajudam na melhor formação dos órgãos. Há ainda menores chances de gerar um filho obeso e com diabetes.
Atenção aos limites!
Tudo que é feito com exagero, dá errado. Na malhação não é diferente. É preciso manter um cuidado redobrado no período da gestação. Primeiramente, atenção às articulações. Durante a gravidez, o corpo produz um hormônio chamado relaxina. Ele deixa os ligamentos mais frouxos e a chance de torcer pés, tornozelos e punhos aumentam bastante. Além do desconforto da dor e da demora na recuperação, a queda pode machucar a barriga. Em segundo lugar, deve-se praticar a respiração de maneira correta. Ficar ofegante é ruim para a saúde do bebê. Quando a gestante sente dificuldade ao realizar um exercício, automaticamente o feto sente essa redução de circulação de oxigênio, o que pode fazer mal a ele. O mesmo raciocínio se aplica à frequência cardíaca, que não deve passar de 140 batimentos por minuto.
Frequência de exercícios
Segundo os especialistas, as gestantes podem se exercitar diariamente por, no mínimo, 30 minutos a partir do começo da gravidez, até o dia do parto. A intensidade e o tipo de movimentos devem ser adequados para cada mãe, mas alguns cuidados servem para todas. As abdominais convencionais de academia, por exemplo, são abolidas porque aumentam a pressão na região e podem desencadear um trabalho de parto prematuro. No lugar, entram esforços adaptados. Vale lembrar também que é sempre melhor treinar em períodos de temperaturas mais amenas.
O que pode e o que não pode?
Atualmente as mamães não frequentam apenas as aulas de hidroginástica, e têm investido em outros tipos de exercícios físicos. Apesar da natação, Pilates e caminhada serem as mais populares e recomendadas, as futuras mães estão liberadas para quase todas as modalidades, desde que sejam recomendadas pelo obstetra. Musculação, alongamentos, ioga, ginástica funcional e exercícios aeróbicos são todos bem-vindos. No entanto, algumas atividades, como vôlei e futebol, lutas em geral, surfe, stand up paddle, ciclismo, escalada ou qualquer outro que tenha risco de queda, são estritamente proibidas.


sábado, 9 de abril de 2016

Tumor de coluna x diagnóstico precoce

No dia 8 de abril foi celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer, doença que registra mais de 500 mil casos novos a cada ano no Brasil. Dentre os diferentes tipos de câncer que acometem a população, até 20 % dos casos podem migrar na forma de metástase, para a coluna vertebral. O tumor na coluna figura entre o terceiro tipo de problema mais comum nesta região, atrás de doenças degenerativas e traumatismos. Apesar de ter incidência bem menor em relação às demais disfunções da coluna vertebral, a doença, quando ocorre, tem alta frequência de malignidade, como alerta o neurocirurgião especialista em coluna pela UNIFESP e membro da Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC), dr. Alexandre Elias.
“Os tumores benignos são os que têm origem na própria coluna, diferente dos malignos, comumente relacionados às metástases originadas de tumores de outras regiões do corpo, como mama, próstata e pulmão, que migram para a região das costas’’, explica o médico.
Como os sintomas do tumor nas costas se confundem com os de outras doenças, o especialista alerta sobre a importância do diagnóstico precoce. “A dor local pode levar o paciente a acreditar inicialmente em um quadro doloroso corriqueiro, retardando o diagnóstico, que muitas vezes acontece quando o paciente já refere sintomas mais importantes como formigamento e paralisia dos braços ou pernas”.
Dr. Alexandre destaca que o prolongamento do quadro doloroso e algumas características um pouco diferenciadas da dor, bem como um emagrecimento rápido, fora do comum, também servem de alerta ao paciente, que deve procurar um especialista em coluna.
O diagnóstico da doença só pode ser confirmado por exames de imagem, como raios-X, tomografia e ressonância magnética.  A cintilografia e PET-CT também podem ser indicadas, ajudando o oncologista a avaliar o estágio do tumor e as indicações terapêuticas.
O tratamento da doença deve ser multidisciplinar, envolvendo o especialista em coluna vertebral, oncologista, fisioterapeuta, psicólogo, a equipe de enfermagem, entre outros.
Em casos benignos, é possível realizar a cirurgia de ressecção total da lesão, promovendo a cura da doença. Para os casos de malignidade, que não respondem as terapias ou caminham para um comprometimento funcional do indivíduo, a cirurgia é indicada com a finalidade de garantir a mobilidade e diminuir o quadro de dor, proporcionando mais qualidade de vida ao paciente.
“As cirurgias são bem seguras, e comparativamente aos danos causados pela doença – que se não tratada evolui com danos neurológicos que afetam a funcionalidade do indivíduo –, são eficazes na maioria dos casos”, atesta o especialista.


quinta-feira, 7 de abril de 2016

Mitos e verdades sobre a dengue

Com a epidemia de dengue que atinge quase todas as cidades do país, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta a população sobre as principais dúvidas relacionadas à doença que pode ter seus sintomas confundidos com os de outras e deve ter diagnóstico precoce.  “Além da prevenção da doença, que se faz evitando a proliferação do mosquito, é importante reconhecer com rapidez os sinais e sintomas da doença, e procurar atendimento médico sempre que necessário”, reforça Rodrigo Lima, diretor de comunicação da SBMFC.
Confira os mitos e verdades sobre a doença:
Quem já teve dengue uma vez não terá mais a doença. 
MITO
. Existem quatro subtipos do vírus da dengue, e uma pessoa pode desenvolver a doença ao ser infectada com um subtipo com o qual não teve contato anteriormente.
Todas as pessoas precisam fazer exames de sangue para diagnosticar a doença. 
MITO. O diagnóstico pode ser feito apenas pelo exame clínico, e os exames de sangue só são indicados para quadros suspeitos de potencial gravidade, ou quando há dúvida no diagnóstico.
O Aedes aegypti só circula durante o dia.
MITO. O inseto não tem hábitos específicos relacionados a períodos do dia para circular, e pode picar tanto durante o dia quanto à noite.
Só é preciso se preocupar com a proliferação do mosquito durante o período de chuvas. 
MITO. O mosquito pode se reproduzir a partir de ovos depositados em água parada como garrafas, pneus, caixas d’agua, entre outros recipientes. Períodos de estiagem são particularmente perigosos pelo hábito de armazenamento de água.
Ao identificar sintomas como fortes dores no corpo, de cabeça, vômitos e náuseas constantes, é necessário procurar atendimento em uma Unidade de Saúde. 
VERDADE. A dengue pode ser confundida com outras viroses como a gripe, e o diagnóstico é importante para definir o tratamento.
É possível evitar a dengue. 
VERDADE. Manter a casa livre de possíveis focos de proliferação do mosquito e orientar vizinhos a fazer o mesmo pode evitar que o inseto esteja próximo de você. Repelentes também são indicados.
Se não for diagnosticada a tempo, a doença pode levar a pessoa à morte. 
VERDADE. A doença, principalmente a dengue hemorrágica, pode agravar o quadro clínico do paciente se não diagnosticada e tratada a tempo.
O tratamento consiste basicamente na hidratação e no uso de sintomáticos.
VERDADE. A medida mais importante no tratamento é a ingestão de líquidos, que evita as complicações da doença, e o controle dos sintomas. Importante lembrar que o uso de ácido-acetilsalicílico (AAS) é contraindicado por aumentar o risco de sangramentos.


terça-feira, 5 de abril de 2016

Diminua ou aumente os lábios com maquiagem

É possível diminuir ou aumentar os lábios usando apenas maquiagem? A reposta é sim! A escolha do batom determina o efeito que se deseja ter nos lábios. Karina Macedo, maquiadora profissional especialista em maquiagem artística, HD e efeitos especiais, revela os truques usados nos bastidores de ensaios fotográficos.
Segundo ela, quem tem lábios finos, e quer dar volume, deve optar por cores mais claras e vivas, de preferência, com brilho. Já quem deseja fazer o inverso, diminuir, a dica é escolher cores mais fortes e sem brilho. O lápis de boca também ajuda no truque. Confira as dicas da maquiadora:
- Para aumentar: usar lápis de tons claros, mais para cor da boca. Fazer o contorno puxando o traço para o centro dos lábios, preenchendo a boca por completo, e finalizar esfumando para não ficar marcado.
- Para diminuir: o lápis deve ser contornado na linha de dentro da boca, e a cor mais clara que o batom, porém do mesmo tom. Outra técnica é apagar os lábios com corretivo antes da aplicação do batom; assim é só redesenhar o contorno da boca usando um lápis.
Com relação à durabilidade dos batons cremosos, o segredo está na aplicação em camadas. De acordo com Karina, depois de passar o batom e retirar o excesso com o auxílio de um papel, a dica é colocar uma camada de pó (usado no rosto), e depois mais uma camada de batom. Repetir esse processo três vezes. “Assim, quando a primeira camada de batom sair, você tem outra de brinde”, finaliza.


domingo, 3 de abril de 2016

Diabéticos têm mais chances de desenvolver gengivite



Pessoas com diabetes são mais vulneráveis a desenvolver doenças periodontais, como gengivite, e a enfrentar complicações devido a infecções. O risco é ainda mais relevante nos pacientes que têm dificuldade em manter a doença sob controle. Segundo o cirurgião-dentista Artur Cerri, diretor da Escola de Aperfeiçoamento Profissional da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas, os quadros de gengivite costumam ser mais severos nos pacientes que não controlam os níveis de açúcar no sangue e a ocorrência de perdas dentárias também é mais frequente. “Quando um paciente diabético controla a doença devidamente, as chances de desenvolver uma inflamação ou infecção na gengiva são as mesmas que qualquer outra pessoa. O problema é que muitos diabéticos passam por períodos de negligência da doença, pondo em risco a saúde como um todo – principalmente em relação à boca, aos olhos, ao coração e ao sistema nervoso”.

Cerri explica que valores altos de glicose no sangue costumam engrossar os vasos sanguíneos. Como são eles que levam oxigênio e nutrientes para os demais tecidos do corpo, incluindo a boca, e se encarregam de levar embora tudo o que é prejudicial ao organismo, ao engrossar esse mecanismo se torna muito mais lento, diminuindo a resistência da gengiva e do tecido ósseo, levando à infecção. “Outro ponto importante é que muitos tipos de bactérias (germes) se multiplicam em açúcares, incluindo a glicose – que é o açúcar ligado ao diabetes. Sendo assim, quando a doença é mal controlada, altos níveis de glicose na saliva contribuem para a proliferação desses germes, definindo um cenário ideal para a gengivite. Daí a importância, também, desse paciente jamais descuidar da higiene bucal”.

Tanto para pacientes diabéticos, como não-diabéticos, é cada vez mais importante que as pessoas percebam o quanto é fundamental ter uma boca saudável. “Infelizmente, ainda é grande o número de pessoas que não escova bem os dentes, nem com tanta regularidade quanto deveria. Pior ainda, muitas têm sangramento persistente e negligenciam o fato, podendo comprometer inclusive a estrutura que suporta os dentes e perdê-los. Entre as doenças periodontais, a gengivite é a mais comum – comprometendo grande parte da população. Trata-se de uma infecção que vai se infiltrando no tecido gengival até atingir o osso. Não raro, a pessoa se dá conta da gravidade do que está acontecendo somente quando percebe que o dente amoleceu e está mais difícil mastigar alimentos sólidos. Em muitos casos, o diagnóstico é dado junto com a sentença de que o dente tem de ser extraído”, revela Cerri.
De acordo com o especialista, além de buscar ajuda profissional para a remoção do tártaro e das placas bacterianas, o paciente deve dar muito mais atenção à higienização bucal – com escovações após as principais refeições, uso de fio dental e bochechos ao longo do dia –, bem como adotar hábitos que inibam o acúmulo de bactérias na boca, como ingerir bastante líquido entre as refeições, se alimentar com frutas e legumes que contenham mais água em sua composição (melão, melancia, maçã, pera, pepino etc.), solicitar ao médico a substituição de determinados medicamentos que eventualmente estejam contribuindo para ter a Síndrome da Boca Seca, deixar de usar enxaguatórios bucais com álcool (que induz ao ressecamento da boca) etc.
Artur Cerri também chama atenção para os fatores de risco da gengivite – doença que, além de acometer pacientes diabéticos, é muito mais frequente em pessoas que estão atravessando períodos de variações hormonais (gravidez, menopausa etc.), portadores de doenças crônicas, idosos (que têm metade do volume de saliva na boca que um jovem costuma ter) e fumantes. “Os efeitos nocivos do tabagismo, principalmente em pessoas com doenças cardíacas e câncer, são bem conhecidos. Mas vários estudos mostram que o tabagismo também aumenta as chances de desenvolver gengivite. Na verdade, os fumantes têm cinco vezes mais probabilidade do que os não-fumantes. Para os fumantes com diabetes, o risco é ainda maior – podendo atingir uma propensão vinte vezes maior se o paciente diabético for fumante e tiver mais de 45 anos”.

Para preservar a saúde da gengiva, o especialista recomenda evitar alimentos que induzam à hipossalivação (boca seca), reduzir a ingestão de conservantes e açúcares, além de evitar também bebidas alcoólicas e que contenham muita cafeína. “Embora isso tudo seja muito importante, combater o tabagismo é ainda mais fundamental para evitar não só a gengivite, bem como o câncer de boca – doença que deve resultar em mais de 15 mil novos casos em 2016, acometendo uma mulher para cada três homens”, diz o especialista.