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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Adolescência: segurança insegura


Estamos vivendo tempos difíceis. Pa­rece até que o mundo virou de cabe­ça para baixo, e salve-se quem puder. Por outro lado, as pessoas vivem uma ilusão e, de certa forma, buscam se proteger e criar um mundo particular ao seu redor, que lhes garanta uma permanente sensação de pro­teção e segurança.

Essa busca refere-se, principalmente, àqueles que tentamos de todas as formas proteger e cuidar, ou seja, os filhos, que, por uma extensão de nosso desejo, muitas vezes tentamos salvaguardar de todo o perigo que possa ameaçá-los. Diferentemente da época quando nós, pais, fomos adolescentes, hoje sabemos que muitos dos cuidados que temos baseiam-se em experiências reais – o peri­go existe, porém ele não está fora das pare­des que rodeiam as casas, condomínios, es­colas, e outros recintos onde muitas vezes se acredita estar protegido e fora do alcance de qualquer possibilidade de risco.

O perigo, muitas vezes, está dentro de casa, mais perto do que se imagina entre as quatro paredes de um simples quarto. Qualquer pai ou familiar que conviva com um adolescen­te sabe, ou pelo menos supõe, que seu mun­do está centrado em seu próprio quarto, lo­cal meio sagrado, às vezes místico, habitado por ele e mais uma parafernália de aparelhos, que vão desde computador, games, som, TV, celular, câmera independente e, muitas ve­zes, alguns compõem seu ambiente com gaio­las com uma gama de bichinhos exóticos, que dividem ali com ele nada mais nada menos que sua solidão ruidosa.

Quem não se assustou com a notícia de um jovem garoto que num jogo online com outros meninos jogou a partida final de sua vida. É an­gustiante pen­sar sobre is­so, mas, mui­to pior, é negar essa realidade cada vez mais comum nos dias de hoje.

A realidade virtual veio para ficar. Seria uma hipocrisia achar que se pode acabar com ela. Os pais devem estar atentos ao tem­po que o filho fica em seu quarto envolvido apenas com seu mundo virtual. Muitos jo­vens passam tantas horas em ambientes fe­chados, que nem chegam a ver a luz do dia. Estar atento a esses aspectos é tão importan­te quanto proporcionar condições de um am­biente seguro e acolhedor.

Outro aspecto que observamos é que mui­to do comportamento no adolescente é do­tado de atitudes onipotentes, que o leva a acreditar que a realidade que ele habita po­de acontecer e ser da maneira que ele dese­ja. A crença no pensamento mágico domina suas ações, o que o faz acreditar ser possui­dor de muitas vidas, que numa condição pa­tológica pode desencadear numa distorção da realidade em si.

Não se trata de tarefa fácil, muitas vezes re­quer ajuda especializada, mas que, certamen­te, possibilitará que a necessidade compulsi­va no uso indiscriminado da realidade virtual seja aos poucos preenchida pela capacidade do pensar e pelo desenvolvimento de maiores possibilidades criativas para sua vida.

Artigo da psicóloga e psicanalista Samira Bana (CRP 06 8849).


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Pele bem cuidada em todas as fases da vida

A forma como a pele é tratada, pode revelar ou não a idade de uma pessoa. No entanto, por questões biológicas, em cada faixa etária é necessário dispensar atenções especiais para que ela continue saudável e jovem, pois o organismo, com o tempo, passa a produzir menos colágeno, por exemplo, que é importante para a elasticidade e firmeza da derme, sendo responsável pelo seu turgor.
Para sanar as dúvidas que muitas mulheres têm sobre os cuidados essenciais com a pele em cada etapa da vida, a dra. Eliandre Palermo (CRM-SP 78723 e RQE 27332), presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica separou, por ordem cronológica, os cuidados essenciais com a pele.
Na infância
Nesta fase da vida, a pele é macia, brilhosa e firme. Por ser frágil e sensível, está sujeita a desenvolver alergias, assaduras e brotoejas, problemas muito comuns. A principal dica é evitar o uso de produtos com fragrâncias fortes e optar por cosméticos desenvolvidos exclusivamente para crianças. A idade indicativa geralmente consta no rótulo.
Na adolescência
A puberdade é a fase da ebulição dos hormônios. Nela as glândulas sebáceas se tornam mais ativas, aumentando a produção de oleosidade da pele. Por isso, muitos a consideram a mais cruel, pois é neste período que acnes e espinhas – de todos os tamanhos e intensidade – se desenvolvem com rapidez, mexendo muito com a autoestima do adolescente. Vale lembrar que os casos mais veementes necessitam de acompanhamento dermatológico. Já nas situações mais brandas o principal cuidado é: limpar bem a pele oleosa, pois isso ajudará a manter os poros desobstruídos, prevenindo o aparecimento da acne. Quem tem tendência à acne, deve usar maquiagem e produtos oil free, não comedogênicos e com efeito matificante. O importante é não obstruir ainda mais os poros. O passo a passo de uma boa limpeza de pele é:
1- Limpador: pode ser sabonete ou loção sem sabão para peles mais sensíveis;
2- Esfoliante;
3- Tônico ou adstringentes podem ou não ser usados. Para peles sensíveis é melhor pular essa etapa;
4- Hidratação com produtos oil free;
5- Fotoproteção com filtro não oleoso
Aos 20 anos
Nesta idade o foco maior é em prevenção e cuidados básicos. É também nesta fase que a pele se apresenta no ápice de sua firmeza. Para que ela permaneça vistosa é indispensável mantê-la sempre bem limpa e higienizada. Trata-se de uma idade em que há maior tendência ao uso de maquiagem, por isso é importante higienizar a pele com produtos específicos, usar adstringente para remover a oleosidade e aplicar demaquilante para remover a maquiagem. Outra medida importante é utilizar diariamente um filtro solar, para protegê-la dos danos causados pela radiação UV.
Aos 30 anos
É aqui que podem ter início as primeiras rugas, principalmente ao redor dos olhos, da boca e na região da fronte.  Pessoas de pele mais clara e com tendência à formação de vincos ao sorrir ou se expressar, precisam ficar mais atentas. Aos 30 anos, além dos cuidados básicos dos 20, recomenda-se o uso de um creme ou hidratante para prevenção de sinais com ativos, como vitamina C, Ácido Hialurônico, Vitamina E e retinol, para tratar esses primeiros sinais. A paciente também pode avaliar, em consulta com um dermatologista, a necessidade de um tratamento preventivo com aplicação de toxina botulínica, preenchimentos de linhas e sulcos ou um laser não ablativo.
Aos 40 e aos 50 anos
Nesta fase podemos complementar os cuidados básicos com um tratamento específico para amenizar rugas e manchas. Aumentar o FPS do filtro solar também é importante, principalmente se a paciente já apresentar ou notar piora nas rugas ou manchas da pele. O momento é oportuno também para iniciar um tratamento mais efetivo para correção de linhas ou sinais e de reestruturação do envelhecimento facial com uma nova abordagem dos preenchedores usados de forma a sustentar e repor formas perdidas no envelhecimento. É indicado também usar um hidratante com maior poder umectante, pois a pele pode mostrar maior tendência ao ressecamento. Para mulheres desta faixa etária, podem ser indicados tratamentos com toxina botulínica também no pescoço e preenchimentos de efeito lifting na face e no contorno da mandíbula, laser e tecnologias que estimulem a renovação do colágeno, como infravermelho e Radiofrequência. 
A partir dos 60 anos
Todas as mudanças ocorridas até agora se tornam mais evidentes após a sexta década. Apesar de ser inevitável viver sem as rugas, é possível ameniza-las. Todos os tratamentos anteriores se realizados na época correta podem tornam mais fáceis a manutenção dos tratamentos nesta fase. Mas não desanime se você vai começar agora, o importante é não querer realizar tudo de forma intempestiva e escolher bem um profissional que respeite e avalie bem o seu biótipo, suas características individuais, seu estilo de vida e suas necessidades. Todos os tratamentos citados podem ser realizados incluindo as cirurgias plásticas, que podem complementar os tratamentos minimamente invasivos para manter os resultados mais duradouros e naturais. Já para aqueles que não querem cirurgias, existe uma gama de possibilidades de tratamentos não invasivos que amenizam rugas e mantem a jovialidade da pele de modo natural e seguro.
Recomendações finais
Cuidar bem da pele é muito importante em qualquer idade. Prestar atenção na genética e observar como a pele de nossas mães e avós reagiram ao passar do tempo pode ser uma forma interessante de prevenir ou evitar eventuais problemas. É necessário também manter uma alimentação balanceada, uma vez que a harmonia das vitaminas, proteínas e minerais influenciarão diretamente na pele e seus anexos. Evite fumar, durma bem, faça exercícios regularmente e mantenha atividade que lhe façam bem pois a felicidade é um dos mantenedores da beleza e da saúde.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Adolescência: algumas intercorrências

Engana-se quem pensa que a ca­racterística de problemas na adoles­cência esteja só relacio­nada a drogas, bebidas, comportamento inade­quado, como crises de agressividade, impul­sividade sem controle etc. Aquele jovem bon­zinho, bom aluno, que não arruma brigas, não experimenta drogas nem bebidas pode es­tar apresentando difi­culdades tão graves ou maiores que o adoles­cente que externaliza em comportamentos inadequados.
Ser quieto, bonzinho, cordato, educado etc não atesta sanidade mental a ninguém. Mui­tas vezes, por trás de comportamentos muito introvertidos podem estar escondidas pato­logias sérias, como quadros depressivos pró­prios do período da adolescência, patologias mais graves como as esquizofrenias, quadros graves obsessivos e inibições .
Normalmente, são indivíduos que não chamaram a atenção em seus primeiros anos de vida e infância propriamente dita, mas no auge da adolescência muitas vezes se caracterizam por uma grande inibição do comportamento, não se relacionam social­mente, têm grande dificuldade em interagir com o meio que frequentam e passam gran­de parte de seu tempo encerrados em seus quartos ou em um outro cômodo da casa, muitas vezes trocan­do o dia pela noite, as­sim como seu único in­teresse são jogos virtu­ais, ou seja, atividades que tenha contato só com ele próprio.
A adolescência sem­pre se caracterizou com um período de crise, desde que o mundo é mundo. O que muda são os estereótipos de comportamento, pois o importante é com­preender que assim como um automóvel às vezes precisa de re­call logo após a fabrica­ção, a criança também muitas vezes neces­sita de uma intervenção. Da mesma forma, quando nasce um bebê, ele passará por to­do um desenvolvimento e conforme sua he­rança genética, condicões de seu ambiente, sua constituição familiar, isso poderá gerar ou não um problema.
As causas importantes que podem incre­mentar a adolescência são situações de risco como abandono, drogadição da mãe, carên­cia de atenção e afeto, ambientes de grandes conflitos em que o bebê conviva, enfim uma série de condições que já apontam para um caminho mais comprometido que a criança terá que elaborar no transcorrer de seu de­senvolvimento.
(Artigo da psicanalista Samira Bana - CRP 06-8849)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Natação e adolescência: combinação que dá certo


A adolescência é uma fase bem interessante, em que meninas e me­ninos deixam de ser tão infantis, sem deixar to­talmente de ser crian­ças. Os interesses reve­zam-se entre os assun­tos mais adultos e as brincadeiras e brinque­dos. Essa fase abrange a faixa de idade entre 10 a 19 anos, sendo considerada como fase inicial da adolescência a idade entre 10 e 14 anos e a fase final entre 15 a 19 anos de ida­de. Geralmente, o processo de maturação e as mudanças da adolescência se iniciam an­tes para as meninas e um pouco depois pa­ra os meninos.
As mudanças são muitas: físicas, emocio­nais, sociais, hormonais. Nessa etapa do cres­cimento e desenvolvimento, muitos aconte­cimentos tomam conta dos adolescentes – eles estão entre brincadeiras e introspec­ção, numa hora querem estar junto com os pais, outras vezes não, suas emoções pas­sam por vários altos e baixos. Por toda es­sa oscilação emocional os amigos são de ex­trema importância e valor. Estar em um gru­po da mesma idade fazendo coisas do gosto comum sempre é mais atrativo do que fazer atividades sozinhos.
“Nesse momento da vida é muito importan­te a prática de exercícios físicos, de um espor­te”, diz professora de natação Paula Carmona Borelli (Cref 039228-G/SP). “Ainda mais se houver a convivência com outros adolescentes que tenham o mesmo gosto, compromisso, objetivo e preocupa­ções saudáveis, formando novas amizades, frequentando ambien­tes que proporcionam saúde e bem-estar.”
Segundo ela, a natação encaixa-se perfeitamente nes­sa idade, pois os ado­lescentes podem prati­car um esporte indicado por ser seguro na fase de crescimento, por au­xiliar no fortalecimento muscular e manutenção da postura, por não sobrecarregar as estruturas corporais ainda em formação, no controle do peso corporal, no aumento da flexibilidade, domínio e consci­ência corporal, entre tantos outros benefícios que as atividades aquáticas proporcionam.

Contribui também na criação de um novo círculo de amizades, tão necessário nessa idade, ensina a lidar com desafios e supera­ções, frustrações e vitórias, os faz estar num local seguro com profissionais preparados para integrar e orientá-los sobre aspectos de saúde e cuidados com o corpo.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Mitos e verdades sobre musculação na adolescência



O desejo pelo corpo sarado tem atraído muitos adolescentes para as academias. São jovens que, cada vez mais cedo, buscam a musculação e a suplementação com o anseio de adquirir uma forma física invejável. O assunto envolve uma série de dúvidas, principalmente dos pais, que desconhecem tanto os riscos quanto os benefícios da prática desse tipo de atividade física desde cedo.
A seguir, o educador físico e coach Cristiano Parente, e a nutricionista e coach de bem-estar Lara Natacci esclarecem os principais mitos e verdades que envolvem a musculação e a suplementação na adolescência.
Há idade mínima para a prática da musculação
MITO. O que limita alguém a começar a musculação, na verdade, além do fator motivacional, às vezes inexistente nos jovens por se tratar de exercícios muito repetitivos, é o tamanho dos equipamentos. Eles são feitos para pessoas com determinada altura. Quando uma criança ou adolescente está abaixo desse mínimo, o equipamento não consegue se ajustar e se adaptar a ela.
Sem esses fatores e com o acompanhamento de um educador físico, que determinará os tipos de movimento e cargas a serem utilizadas, não há qualquer limite mínimo de idade para iniciar a prática da musculação. Os movimentos ali realizados não se diferem dos já feitos pelas crianças ou jovens rotineiramente. O agachamento, por exemplo, é um exercício de sentar e levantar, o que o jovem faz diversas vezes por dia. Há vários outros exemplos de movimentos que fazemos diariamente e que se repetem na sala de musculação, com equipamentos.
A execução desses movimentos rotineiros numa sala de musculação não causa qualquer interferência negativa no crescimento do jovem. Ao contrário, com o uso de equipamentos, ele estará em posição correta e equilibrada, exercitando os músculos de maneira totalmente saudável. O mais importante é ter um controle de intensidades e cargas adequado e compatível com a idade, e respeitar as questões motivacionais de cada um.
A musculação na adolescência traz benefícios
VERDADE. A prática da musculação, bem como de qualquer outra atividade física deve começar desde cedo. A musculação, inclusive, em muitos casos, tem menos sobrecarga de pesos do que outros esportes, desde que a intensidade seja controlada pelo educador físico. Esse cuidado é essencial e, devidamente tomado, fará com que a musculação traga benefícios como desenvolvimento do corpo de maneira melhor, produção hormonal mais regulada, ganho de massa muscular, mais consumo de energia, circulação controlada, menos acúmulo de gordura, entre outros tantos.
Maior risco de lesão aos jovens
MITO. Os riscos de lesão na musculação são exatamente os mesmos da execução de qualquer outro movimento, como um simples ato de levantar e de sentar ou na realização de qualquer tipo de esforço. Basta fazer o trabalho controlado que o jovem não se machucará ao realizar exercícios. Para que os jovens possam praticar a musculação sem qualquer tipo de problema, é importante respeitar os limites do corpo e de cada fase da vida. Respeitar esse limite e fazer os exercícios dentro das limitações, em aparelhos que garantam a segurança, com a técnica correta e uma boa execução do movimento é a fórmula para que a musculação só traga benefícios para os praticantes de qualquer idade. Tudo isso, claro, sob a atenção de bons profissionais, capazes de dar toda orientação de maneira eficiente.
Suplementos alimentares potencializam resultados nos jovens
MITO. Esse, aliás, é um problema recorrente não só aos jovens, mas aos frequentadores de academia em geral. Além do consumo indiscriminado, sem orientação especializada, o problema mais comum é o exagero no consumo desse tipo de produto. Na maioria das vezes, eles são ingeridos sem haver real necessidade, uma vez que a adaptação da rotina alimentar já bastaria para que muitos alcançassem seus objetivos. Como o nome diz, é um suplemento, ou seja, algo que deve complementar uma alimentação insuficiente de algum nutriente, constatada somente mediante a realização de avaliação nutricional.
Jovens que usam suplementos podem sofrer riscos à saúde
VERDADE. A constatação de que o uso exagerado e desnecessário dos suplementos alimentares acarreta em riscos à saúde também vale para os jovens. E os riscos são inúmeros. O ganho de peso em gordura é um deles. Isso porque, de tudo o que ingerimos, fonte de carboidrato, proteína ou gordura, o que não aproveitamos será estocado em nosso organismo em forma de gordura corporal. Além disso, pode haver sobrecarga no fígado e nos rins, órgãos responsáveis pela eliminação de substâncias não necessárias ao organismo.
Suplementos ricos em sódio podem reter líquidos e em pessoas sensíveis podem provocar o aumento da pressão arterial, além da sobrecarga nos rins. Os muito ricos em carboidratos, quando ingeridos sem necessidade, podem sobrecarregar o sistema de controle da glicemia, o que pode gerar uma resistência à insulina. Já os termogênicos podem aumentar a pressão arterial, acelerar o ritmo cardíaco, o trânsito intestinal, além de causar insônia, ansiedade e irritabilidade.
 Pais devem ajudar na escolha da academia
VERDADE. Os pais devem se preocupar na escolha da academia que seus filhos frequentarão. Ela deve ter ambiente saudável, onde não exista a utilização de drogas esteroides anabolizantes e que tenha bons profissionais, capazes de orientar de forma correta e eficiente seus filhos na prática da musculação. Esses cuidados são fundamentais. Outros pontos, entretanto, auxiliam na escolha da academia. Além de saudável, o ambiente precisa ser motivador. Nesse sentido, o som e as possibilidades de interatividade influenciam na escolha dos jovens. Academias que se atentam a esses pontos são grandes candidatas a receber esse público específico e que não para de crescer.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

O mal-estar da adolescência



A adolescência é uma passagem obrigatória, atormentada e, ao mesmo tempo, criativa para o limiar da maturidade. O adolescente deixa gradativamente de ser uma criança e ruma duramente para ser um adulto. Três aspectos distintos e complementares estruturam a adolescência; o biológico, o sociológico e o psicanalítico. A puberdade é o aspecto biológico, momento em que o corpo da criança é alvo de um “tsunami” hormonal, que altera as formas anatômicas. O sociológico é o período transicional entre dependência infantil e a emancipação do jovem adulto.
À luz da Psicanálise, o adolescente é um jovem que se projeta para a vida e freia repentinamente, desolado, desesperançado, para se lançar novamente, possuído pela chama da ação. Nele tudo é contraste e contradição. Ele pode se mostrar agitado e indolente, revoltado e conformista, taciturno e eufórico, intransigente e esclarecido, entusiasta e, bruscamente, apático e deprimido.
O adolescente que se manifesta por meio de comportamentos compulsivos é um jovem com dificuldade de verbalizar seu mal-estar, seu sofrimento difuso, restando aos adultos soprar as palavras que lhe falta. Seu mal-estar revela-se não por meio das palavras, mas em atos. Um psicanalista interpreta um ato violento de um adolescente como a expressão de uma dor interior não sentida, anestesiada, camuflada por uma vontade de potência e imunidade acompanhada de solidão e desconfiança.
Comportamentos de risco notáveis são os depressivos e isolamento, drogas, álcool (bebedeira de sábado à noite), maconha, tentativas de suicídio e consumados, além de distúrbios alimentares (anorexia e bulimia), a pornografia invasiva na tv e internet associada à violência, a ciberdependência dos videogames e o uso exagerado dos chats, bem como o desinteresse escolar e escapadas que fomentam atos delituosos.
Além dessa tormenta psíquica, há de se considerar o “luto da infância perdida”. Uma perda inexorável que persevera até a conquista da maturidade, que lhe impõe, a contragosto, a elaboração do luto de sua infância.
Aos pais que vivenciam esse período crítico de seus filhos, algumas recomendações podem ser de valia para a resolução de contextos conflituosos sem gravidade. Saber esperar que a tempestade passe é o melhor antídoto. A adolescência é uma etapa com os dias contados.
Ao advertir seu filho, ele não atenta tanto para a crítica e a emoção expressas em suas palavras e sim para a sua disponibilidade de espírito. Ele necessita da certeza de que você não perdeu a confiança nele. Além de condenar e punir é essencial firmar compromissos com o jovem, saber negociar. Ao ocorrer um desvio de conduta, procure não reagir de imediato. Postergue para o dia seguinte a conversa sobre o evento mostrando-se firme e aberto ao diálogo.
Nunca o compare com seus irmãos ou com outro jovem exemplar. Isso não inflama o seu orgulho, pelo contrário, o desencoraja e o humilha. Nunca preveja um fracasso de seu filho, pois isso demonstra a sua falta de confiança nele. Pelo contrário, seja sempre positivo.
Seja realista e ame seu filho como ele é. Suas atitudes com ele derivam da idealização que você faz sobre ele: “O que ele deveria ser.”
Os pais devem reconhecer duas perdas: a perda de uma criança que se emancipou e da ilusão de um adolescente ideal; estudante obstinado, seguro, idólatra da família e transigente com seus valores.

(Artigo do psicólogo Marco Túlio Silva)