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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Atleta x emoção


O emocional do atleta é tão importante quanto o condicionamento físico. Quem garante é o psicólogo e coach, Alessandro Vianna, que afirma que sem equilíbrio emocional o atleta pode acabar se tornando uma vítima de si próprio. “Todo atleta de alta performance é treinado e cobrado exaustivamente. Mas, é importante lembrar que ele também tem sua vida pessoal e isso, de alguma maneira, pode interferir em sua motivação e concentração. 

A importância do emocional equilibrado é justamente minimizar as chances das emoções o abalarem em momentos decisivos”, diz.
Hoje, uma boa preparação do atleta para competições de alto nível deve incluir não só alimentação balanceada e condicionamento físico adequado, mas, também, um acompanhamento psicológico individualizado que vise preparar esse atleta para enfrentar os momentos decisivos de uma competição. “Em todos os setores de nossas vidas, quanto maior nosso equilíbrio emocional, maior nosso rendimento”, explica o especialista.

O lado positivo da influência psicológica no rendimento atlético fica por conta de histórias de superação, como a da brasileira Rafaela Silva, medalha de ouro no judô, nos jogos olímpicos desse ano. A sua trajetória até a vitória mereceu destaque. Ela superou uma batalha contra a pobreza e o preconceito antes de brilhar no lugar mais alto do pódio. E mostrou como tristeza e decepção, se trabalhadas adequadamente, podem servir de combustível para melhorar o desempenho do atleta.

“Muitos treinadores utilizam a raiva como um aliado para promover uma explosão (positiva) de seu atleta. Não é por acaso que podemos observar a oscilação da expressão facial entre concentração e raiva quando estão competindo. Todos os sentimentos que temos, de forma equilibrada e treinada, podem servir como aliados para evoluirmos”, explica Alessandro.

Além de aprender a lidar com suas emoções, seja uma frustração por ter perdido uma disputa ou algo da vida pessoal, o atleta tem ganhos significativos quando é acompanhado por um psicólogo esportivo que pode otimizar ainda mais seu rendimento por meio de técnicas ligadas a motivação interior. Nos esportes coletivos a ideia é a mesma. Entretanto, o psicólogo adiciona mais um fator que pode influenciar o bom rendimento de um grupo. 

“Pensando em time, de uma forma simplista, cada um deve atuar de acordo com sua personalidade. Ou seja, existe a pessoa que tem um perfil de liderança, outro que funciona melhor sendo liderado. Se você colocar cada peça em seu lugar, o rendimento de uma equipe certamente será melhor”, conclui.


sábado, 30 de julho de 2016

Esportes x psicológico


Com as Olímpiadas se aproximando no Rio de Janeiro, o mundo todo volta seus olhares para as rotinas das centenas de competidores dos diversos países participantes. Muito se fala sobre suas dietas, treinos, o quanto são preparados fisicamente, suas habilidades na quadra ou no tatame, e das diversas e inovadoras técnicas de treino, sempre visando a melhor performance possível. No entanto, pouco se ouve dizer sobre a capacidade mental desses atletas, o quão duro trabalham sua concentração, foco e autoestima. Em uma competição mundial como as Olímpiadas, a pressão dos já consagrados “atletas de elite” se torna muito maior, pois as medalhas e suas posições no ranking não serão só deles, mas sim, de suas nações inteiras.
Segundo o psicólogo e coach João Alexandre Borba, o coaching ajuda o atleta a localizar seus pontos fortes, não só com relação ao esporte, mas também com relação à sua parte emocional. Quando o atleta consegue localizar os seus pontos emocionais de força, as suas forças internas e os seus pontos a ser melhorados, ele consegue aos poucos ir se potencializando. “O lado emocional é muito trabalhado, para que o atleta comece a desenvolver uma segurança para momentos de tensão e para que ele saiba lidar com o emocional dele, e não perca para ele mesmo. Como todo atleta é voltado para resultados, encaixa perfeitamente com o coaching, porque a gente também trabalha com foco e resultados. Ampliamos a responsabilidade do atleta, fazendo com que ele se perceba cada vez mais e mapeie as suas forças internas, para que ele possa traçar planos que gerem resultados”, diz.
São nas competições mais importantes, que se enfrentam os melhores adversários e, consequentemente, onde a competição se torna mais difícil. Há quem diga, inclusive, que um dos motivos para o desempenho da nossa própria seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, foi devido ao descontrole emocional dos atletas. A pressão social nos jogadores, que competiam “em casa” – sendo o Brasil um dos países mais consagrados no futebol mundialmente – e o desespero por ter que ganhar e corresponder às expectativas de mais de 180 milhões de torcedores. Mesmo que tática e fisicamente preparados, perderam quando não conseguiram equilibrar as emoções e renderam-se a elas.
Ainda segundo o especialista, no coaching psicológico esportivo, o principal objetivo é trabalhar o segundo mais difícil adversário dos atletas: seus adversários internos, ou seja, eles mesmos. “No futebol, assim como em qualquer esporte, o atleta precisa trabalhar a questão de desenvolver o sentimento de se permitir ser grande. Porque ele vai ser aclamado, aplaudido por muitas pessoas, e por isso precisa ver dentro dele esse sentimento de grandiosidade, para poder libertá-lo e fazer essa força acontecer”, afirma o coach.
Muitos atletas, com medo da exposição pública e das críticas que podem acabar recebendo, acabam por deixar que esse medo os paralisem, e eles mesmos se diminuem, porque entendem que, se ele não arriscarem muito, também não erram muito. “No momento em que eu me torno grande, eu amplio a minha capacidade de receber mais vitórias. É muito bom liberar isso no atleta, e fazê-lo se sentir maior, melhor com ele mesmo, e alcançar cada vez mais resultados, e crescer em força. Porque quando eu cresço em força, eu posso me oferecer grande para o mundo, na minha melhor versão”, finaliza o psicólogo.


sábado, 12 de setembro de 2015

Separação: algumas considerações

Nos tempos atu­ais, cada vez mais nos deparamos com separações entre ca­sais e, infelizmente, nem sempre essas, mesmo que consensuais, transcor­rem num ambiente har­mônico, sem rivalidades. Quase sempre aquilo pe­lo qual se separou para evitar brigas e crises aca­ba se transformando em verdadeiras batalhas, e o pivô eleito, infelizmente, é o filho.
Em épocas de guarda compartilhada, alguns pais acreditam po­der proporcionar uma estabilidade ao filho – quanto mais recursos financeiros oferecer e disponibilizar quando ele estiver sob sua guarda. O que ocorre, entretanto, é que ca­da vez mais estamos vendo uma maior quan­tidade de crianças inseguras e muitas vezes sofrendo de problemas depressivos, imersas numa grande confusão mental, não sabendo com quem efetivamente podem contar.
A capacidade de ser uma boa mãe ou um bom pai de forma alguma está ligada a ter mais ou menos dinheiro, nem de proporcio­nar mais ou menos coisas materiais ao filho. A capacidade de serem bons pais é funda­mentalmente estabelecida pela forma como os pais tratam o filho: a função de verdadei­ramente ser um cuidador de suas necessida­des básicas, acolhimento, mostrar e transmi­tir valores, pois toda criança ou adolescente SABE quando é realmente cuidado.
O que muitas vezes ocorre é que uma sepa­ração nem sempre trans­corre em clima favorável, de paz e discernimen­to. Muitas vezes, um dos pais, aquele que está em situação financeira me­lhor, faz uso dela, no sen­tido de agredir, de compe­tir com o outro.
Em alguns casos, se a separação foi tumultua­da e trouxe muito sofri­mento, pode ocorrer de um desses pais se sentir mais vulnerável, insegu­ro e, no caso, se esse for o que está em si­tuação financeira mais vulnerável, poderá pela sua insegurança, temer que a criança queira estar com aquele que mais coisas ti­ver a oferecer material e financeiramente. Porém, se esse pai mesmo com menos re­curso material confia nas suas capacida­des e acredita no desempenho de sua fun­ção nos cuidados com o filho, meio cami­nho já está andado.
Engana-se quem pensa que o filho não per­cebe quando um dos pais está tendo uma ati­tude inadequada, ou seja, levá-lo para via­gens, comprar tudo que o dinheiro pode ofe­recer, mas ao voltarem das férias, ficar dias ou meses sem aparecer. Enfim, causa no filho uma sensação de vazio que nada material é capaz de preencher e satisfazer.
(Artigo da psicóloga Samira Bana (CRP 06-8849)