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segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Dia da Infância: aprenda a estimular a autonomia das crianças desde cedo

 O dia 24 de agosto é marcado pela celebração nacional do Dia da Infância. Instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a data tem o propósito de promover uma reflexão sobre o cuidado com o progresso infantil e acesso de todas as crianças ao redor do mundo a direitos básicos de educação, nutrição, moradia e desenvolvimento social. Para aqueles que tem filhos ou convivem com crianças o dia pode ser uma oportunidade de ponderar sobre o processo de aprendizagem dos pequenos. 

 


Especialista em educação infantil e gestão escolar, a psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga propõe uma reflexão sobre insegurança frente aos erros e o desenvolvimento da autonomia durante a infância. De acordo com a profissional, algumas atitudes de pais e responsáveis, como a superproteção por exemplo pode, em algum momento, acabar atrapalhando a evolução da criança como pessoa. “Hoje é uma criança, amanhã será um adulto. Ele precisa dessa autonomia no dia a dia pra realizar as suas tarefas, para errar e acertar sua caminhada”, diz. “É essencial que os pais e responsáveis saibam lidar com as falhas da criança da melhor maneira, sem a condenar, para que ela não fique com medo de encarar novas experiências”, complementa a especialista.

Para os pais, esse processo de aprendizagem e de ganho de autonomia pode representar um verdadeiro desafio. Mas para que a criança cresça independente e capaz de resolver os problemas da vida, é preciso que os responsáveis proporcionem as condições adequadas para que o pequeno aprenda com os próprios erros. Encaixar um brinquedo, escolher a fruta do lanche, escovar os dentes e arrumar a barra da calça, por exemplo, são tarefas simples que devem ser incentivadas às crianças.

“Uma dica importante é ensiná-las desde cedo a ter responsabilidade sobre seus atos, para que sempre que façam algo errado, sejam responsáveis por assumi-los”, conta. Segundo a especialista, refletir com os pequenos sobre os erros cometidos no passado também é uma alternativa, pois ajuda a criança a visualizar as lições aprendidas na prática. “Cabe aos pais e responsáveis incentivar seus filhos a sempre melhorarem, para que tomem decisões corretas. Afinal, é errando que se aprende”, completa Ana Regina Caminha Braga.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Jogo da Baleia Azul: como alertar pais e jovens sobre os perigos?


O noticiário da última semana foi tomado com reportagens sobre a prática do “Jogo da Baleia Azul”, uma espécie de gincana disputada pelas redes sociais, que propõe desafios sinistros aos adolescentes, como fazer selfies assistindo a filmes de terror, atravessar a rua devagar e até se automutilar. A psicóloga Camila Cury, do programa educacional Escola da Inteligência, alerta que em casos mais graves, o jogo pode levar os jovens a cometerem suicídio e que o diálogo aberto entre pais, escola, crianças e adolescentes é imprescindível para evitar tragédias. 

De acordo com a psicóloga, é importante que todas as pessoas que convivem com crianças e adolescentes fiquem atentos a possíveis mudanças de comportamento. “Vivemos em uma sociedade em que os índices de depressão são muito altos. Os educadores, que fazem parte da formação destes jovens, devem trabalhar profundamente a educação das emoções e da inteligência. Isso irá refletir na melhoria dos índices de aprendizagem, na redução da indisciplina, no aprimoramento das relações interpessoais e também no aumento da participação da família na formação integral dos alunos”, explica. 

As evidências sobre a brincadeira são alarmantes: na Rússia (possivelmente o local no qual a prática surgiu), em 2015, uma jovem de 15 anos se jogou do alto de um edifício - dias depois, uma adolescente de 14 anos se atirou na frente de um trem. Depois de investigar a causa destes e outros suicídios cometidos por jovens, a polícia ligou os fatos a um grupo que participava de um desafio com 50 missões, sendo a última delas acabar com a própria vida.

 No Brasil, o jogo tem preocupado as autoridades. Em três Estados, pelo menos, já existem investigações abertas para apurar mortes e tentativas de suicídio. Para Camila Cury, jovens com habilidades para construir relações saudáveis e administrar conflitos terão segurança, autoestima, autocontrole, e por consequência ficariam fora de jogos que estimulem a automutilação e o suicídio. “Professores e pais devem estar sempre abertos ao diálogo. Os adolescentes sem laços familiares fortalecidos e com baixa estima estarão mais vulneráveis a este tipo de conduta autodepreciativa”, esclarece.

 Segundo a Organização Mundial da Saúde pelo menos 90% dos casos o suicídio pode ser prevenido, pois estão associados a psicopatologias diagnosticáveis e tratáveis, principalmente a depressão. “O desenvolvimento das habilidades socioemocionais, melhora a capacidade de trabalhar perdas e frustações. Deste modo, os jovens aprenderão a valorizar seu bem mais precioso: a vida”, finaliza Camila.