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sábado, 30 de setembro de 2023

Descubra a diferença entre infarto, AVC e angina



Principal causa de mortes no Brasil, as doenças cardiovasculares têm gerado alarde nos últimos anos. De acordo com o estudo PURE, (Population Urban and Rural Epidemiology), coordenado no Brasil pelo Centro Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em 2022, aproximadamente 70% das mortes e dos eventos cardiovasculares poderiam ser evitados com o controle efetivo sobre os fatores de risco, como hipertensão arterial e tabagismo.

 Neste contexto, é fundamental compreender as diferenças entre AVC, Infarto e Angina e entender como a alimentação pode desempenhar papel crucial na prevenção das doenças cardiovasculares.

 

Isso porque alguns alimentos são aliados na promoção da saúde do coração, fornecendo nutrientes essenciais e ajudando a reduzir o risco de complicações cardíacas. Ao mesmo tempo, é vital estar ciente do que pode prejudicar o coração. 

 

Diferenças entre AVC, Infarto e Angina

Para muitos, os termos "AVC," "infarto" e "angina" podem parecer equivalentes, mas é essencial compreender suas diferenças. Conforme Dr. Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, cada uma dessas condições apresenta características específicas que demandam tratamentos e ações distintas.

 

Infarto agudo do miocárdio

O cardiologista explica que o infarto agudo do miocárdio é uma emergência médica caracterizada pelo bloqueio das artérias coronárias, bloqueando o fluxo sanguíneo ao músculo cardíaco, que ao ficar sem sangue, perde oxigênio e morre. Quando isso acontece, uma dor no peito intensa se manifesta, e essa dor não é só focada no peito; ela pode se espalhar para áreas como pescoço, axila, costas ou braços.

 

De acordo com o Dr. Leandro, os sintomas prévios são: mal-estar, enjoo, tontura, palidez e falta de ar. “Reconhecer esses sinais é crucial, pois permite um tratamento precoce, o que, por sua vez, melhora significativamente as chances de recuperação”, diz.

 

AVC (Acidente Vascular Cerebral)

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) reportou recentemente um preocupante crescimento de 20,2% no número de atendimentos de vítimas de AVC no Estado durante o primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022. 

 

O AVC é uma condição que se divide em dois tipos principais: hemorrágico e isquêmico. O cardiologista explica que “o hemorrágico ocorre quando vasos sanguíneos no interior do cérebro se rompem, resultando em sangramento. Já o isquêmico é o mais incidente e acontece quando há obstrução das vias sanguíneas que abastecem o cérebro, em razão de uma trombose ou embolia”.

 

Isso leva a uma variedade de sintomas, de acordo com Dr. Leandro, incluindo perda súbita de força ou sensibilidade, visão prejudicada, alterações na fala e dores de cabeça intensas. É importante destacar que um AVC é uma emergência médica que requer intervenção imediata. Os sintomas são semelhantes nos casos de AVC hemorrágico e isquêmico.

 

Angina

Por fim, o especialista explica que a angina é a manifestação clínica, sintomática, da redução ou interrupção do fluxo sanguíneo nas artérias que irrigam o coração, podendo acontecer concomitantemente ao infarto, ou seja, quando o fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco é diminuído, dores intermitentes ou pressão no peito, especialmente durante atividades físicas, podem acontecer. 

 

“É interessante notar que, em alguns casos, o repouso pode aliviar esses sintomas, e embora seja uma condição séria, a angina geralmente não resulta em danos permanentes ao coração, ao contrário do infarto”, conta o médico.

 

A importância da alimentação

Segundo a Organização Mundial de Saúde, dietas inadequadas representam um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Portanto, a relação entre alimentação e saúde cardiovascular é inegável e de grande relevância. 

 

“Uma dieta equilibrada e consciente, aliada à prática regular de exercícios físicos, não apenas pode ajudar a reduzir os fatores de risco associados a doenças cardíacas, como níveis elevados de hipertensão arterial e colesterol, mas também desempenha um papel crucial na manutenção da saúde do coração a longo prazo”, ressalta Dr. Leandro.

 

Neste contexto, sabendo da influência da alimentação em nossa saúde cardiovascular, vale destacar os alimentos a serem evitados.

 

Gorduras saturadas, presentes em carnes vermelhas, embutidos como bacon, salsichas, manteiga e queijos gordurosos, são conhecidas por elevar os níveis de colesterol LDL (o "colesterol ruim"), contribuindo para o acúmulo de placas nas artérias coronárias, assim, aumentando o risco de doenças cardiovasculares.

 

As gorduras trans, presentes em produtos ultraprocessados como bolos e fast-food, não só aumentam o colesterol LDL, mas também diminuem o colesterol HDL (o "colesterol bom"), tornando-as especialmente prejudiciais.

 

Além disso, o consumo excessivo de sódio, comum em alimentos processados, pode aumentar a pressão arterial, enquanto o açúcar adicionado em bebidas nesses alimentos contribui para inflamação, ganho de peso e resistência à insulina, fatores que podem contribuir para doenças cardíacas.

 

“Evitar esses alimentos e optar por alternativas saudáveis, como frutas, vegetais e grãos integrais, além de ter o hábito de se exercitar regularmente, é fundamental para promover um estilo de vida com um coração saudável. Ressaltando que qualquer mudança significativa nos hábitos do paciente deve ser avaliada por um profissional de saúde para garantir que seja apropriada e segura de acordo com as necessidades individuais”, completa.




Foto: Freepik

sábado, 10 de julho de 2021

Infarto ou ansiedade?

 


Muitas pessoas podem sentir dificuldades para diferenciar os sintomas de uma crise de ansiedade e o princípio de um infarto, já que ambos envolvem dores no peito e taquicardia (quando o coração acelera). Enquanto a dor gerada pelo pânico pode ser inespecífica, a do infarto geralmente ocorre no peito, como se fosse um aperto, podendo irradiar pelo braço esquerdo, pescoço e costas. 

 

O cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Elcio Pires Junior destaca que os fatores de risco a serem considerados no caso do infarto são: idade, histórico familiar do paciente, colesterol e açúcar alto, nível de estresse diário, tabagismo e doenças preexistentes, como a diabetes e a hipertensão. 

 

"Um ataque cardíaco acontece decorrente da interrupção do fluxo de sangue a partir da obstrução das artérias e a pessoa, geralmente, começa a sentir uma forte dor no peito, formigamento pelo corpo, enjoo, taquicardia, transpiração excessiva e dificuldades para respirar", alerta o médico. Além disso, são sinais crescentes e que podem piorar gradativamente pelas próximas horas. 

 

Já a ansiedade pode levar o indivíduo a sentir medos irracionais, ter a sensação de desmaio ou morte a qualquer instante, sensações não presentes em quem está enfartando. Importante observar que no caso da ansiedade, a dor também se concentra na área do peito, mas sem a pressão gerada nos ataques cardíacos e não se limita ao braço esquerdo, podendo irradiar para o braço direito, pernas, dedos, tórax e pescoço. 

 

Outra questão a ser notada é o tempo em que os sintomas alcançam o seu ponto máximo. As crises de ansiedade normalmente atingem seu auge entre 10 e 20 minutos e aos poucos o paciente tende a baixar os níveis de adrenalina e recuperar o controle emocional. E no infarto do miocárdio elas tendem a piorar. 

 

Fique atento aos sintomas do infarto que incluem: dor no peito, que pode irradiar para a nuca, queixo, ombros ou para membros superiores; náuseas; dor no abdômen que pode ser confundida com indigestão; falta de ar; palpitações; dormência e formigamento; transpiração intensa e repentina; sensação de desmaio ou desmaio; inquietação e/ou desorientação.

 

Sinais de que os seus sintomas são de ansiedade

 


Saiba que as crises de ansiedade aumentam os riscos de problemas no coração uma vez que acontecem de forma recorrente, podendo levar a uma resposta inflamatória no organismo. De acordo com a psicóloga e responsável técnica da Zero Barreiras, Christiane Valle, a ansiedade é uma resposta natural do corpo. “É uma preocupação em relação ao que está por vir. Funciona como uma resposta instintiva de sobrevivência para lidar com as situações de perigo”, explica. 

 

Os sintomas da ansiedade se apresentam de três formas através de: pensamentos, reações físicas e/ou sentimentos.

 

Assim como é possível que o paciente confunda a ansiedade com um ataque cardíaco, o contrário também pode acontecer. Uma pessoa pode achar que está no meio de uma crise e minimizar os sintomas, quando na verdade está com um problema cardiovascular sério. “Desta forma, é sempre muito importante estar em dia com a saúde”, lembra a psicóloga. 

 

Atente-se aos principais sintomas da ansiedade que se caracterizam pelo aumento brusco da sensação de ansiedade e medo; taquicardia e palpitações; aumento da temperatura corporal; sudorese; tremores; medo de morrer e perda de controle; sensação de estar se afogando; falta de ar; pressão ou desconforto no peito; sensação de entorpecimento ou formigamento.

 

E quando em dúvida, é fundamental buscar ajuda. 

 

Em uma crise, nem todos esses sintomas aparecem. Com o surgimento da sensação de ansiedade, vem o medo, que é o sintoma principal, aparecem pelo menos mais quatro dos supracitados. Todos eles começam abruptamente e, se não forem controlados, atingem seu auge nos primeiros 10 minutos. Eles não têm uma duração determinada, mas a principal forma de conseguir controlar a crise é desviar a atenção dos sintomas assim que eles aparecem, evitando o agravamento.

sexta-feira, 2 de julho de 2021

Possibilidade de ter um infarto é maior no inverno: saiba como se cuidar



O inverno chegou com tudo no Brasil. Basta observar a queda acentuada das temperaturas em grande parte do país nos últimos dias. E juntamente com o frio, uma série de cuidados devem ser tomados para evitar problemas à saúde. O coração também deve ser alvo destes cuidados. Basta observar que dados do Instituto Nacional de Cardiologia revelam que o número de infartos nesta época do ano pode aumentar em até 30%. As razões disso, explica o médico cardiologista dr. Roberto Yano, “em temperaturas mais frias o corpo entra em vasoconstrição, reduzindo o calibre das nossas artérias e com isso pode ocorrer a elevação da pressão arterial”.

 

Segundo o cardiologista, uma atenção especial deve ser dada para quem já possui doenças prévias do coração, e principalmente doença das coronárias. “A passagem de sangue pelos vasos já está sendo parcialmente bloqueada por placas de aterosclerose. No inverno essa condição pode piorar. Afinal, no frio, a constrição das artérias reduz mais ainda o fluxo sanguíneo pelo corpo e pela coronária, e o que pode ocorrer? Aumento do risco de Infarto”.

 

Outra questão a ser observada nesta época do ano é na má alimentação, orienta o cardiologista. “O corpo precisa de mais energia para manter a temperatura ideal, e por isso o organismo pede mais comida. O problema é que para suprir esta vontade a pessoa acaba ingerindo alimentos mais calóricos e gordurosos. Se por um lado a comida gordurosa parece ser uma fonte mais eficiente para fornecer energia, alimentar-se mal, pode acelerar ainda mais o processo de aterosclerose, entupindo as artérias do coração, e levando ao infarto”, acrescenta. E um grave problema também que precisa ser destacado é a redução de exercício físico: “as pessoas tendem a se exercitar ainda menos no frio, e sabemos que pessoas sedentárias estão mais propensas a terem doenças cardiovasculares. Além disso, o exercício provoca uma vasodilatação arterial, garantindo o fluxo adequado para os nossos órgãos”, explica.

 

Por fim, o mais importante de tudo, reforça Dr. Yano, é manter o acompanhamento clínico de forma periódica: “Mantendo a saúde em dia e controlando os fatores de risco, certamente futuras complicações serão evitadas. Diante de um cenário de pandemia, mantenha o equilíbrio emocional e siga sempre as orientações do seu médico. Assim poderá evitar que enfermidades, como diabetes, colesterol alto, hipertensão arterial, obesidade, ou até mesmo um infarto atrapalhem a sua vida”, completa.

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Doenças cardiovasculares podem ser silenciosas

 


Maior causa de mortes no mundo, as doenças cardiovasculares fazem mais de 17 milhões de vítimas a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). As mais comuns são o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto. Porém, existem diversas doenças que afetam o coração e que podem ser fatais, como a insuficiência cardíaca (IC), que afeta cerca de 3 milhões de brasileiros e os leva a internações constantes. Por isso, fazer um acompanhamento com o cardiologista é fundamental, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais chances o paciente terá de iniciar o tratamento correto antes que o problema se agrave.

Existem diversos tipos de doenças cardiovasculares, e saber diferenciá-las é um passo importante na escolha do tratamento adequado. "As doenças cardiovasculares são aquelas que envolvem o estreitamento ou bloqueio dos vasos sanguíneos, o que pode levar o paciente a um ataque cardíaco ou AVC. Porém, existem também as doenças cardíacas que afetam o músculo e o ritmo cardíaco, como é o caso da insuficiência cardíaca", explica o cardiologista dr. Múcio de Oliveira, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e Chefe da unidade hospital dia do Instituto do Coração de São Paulo (InCor).


Outra doença que atinge o coração é a cardiomiopatia crônica da doença de Chagas (CCDC). A tripanossomíase americana, ou doença de Chagas, ocorre por meio da infecção decorrente da picada de um inseto triatomíneo, ou por via oral ou mucosa ocular. Uma vez infectado, o paciente pode desenvolver uma miocardite aguda que evolui para uma miocardite crônica fibrosante. "Os danos causados ao coração progridem até o paciente desenvolver a cardiomiopatia crônica da doença de Chagas. Cerca de 30% dos infectados pelo triatomíneo desenvolvem a CCDC, sendo que a morte súbita e a insuficiência cardíaca são os maiores causadores de óbito nesses pacientes", alerta o médico.


Dentro das doenças cardiovasculares encontramos também a aterosclerose, que ocorre quando há um bloqueio nas artérias impedindo que o sangue chegue ao coração e ao cérebro. Oliveira explica que a aterosclerose pode causar infarto e derrame. "Como as artérias levam o sangue e oxigênio para todo o corpo, quando há uma obstrução, os tecidos sofrem com a redução de sangue que chega até ele, provocando enfraquecimento e até mesmo morte das células. " Esse bloqueio, geralmente, é causado pelo acúmulo de gordura nas artérias. "Os maiores fatores de risco são tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, o colesterol alto e a propensão familiar", diz o especialista.


Assim como a Insuficiência Cardíaca (IC), a aterosclerose e outras doenças cardiovasculares também podem ser silenciosas. Fadiga, falta de ar, desconforto ou dor no peito são alguns dos sinais de alerta para que o paciente verifique a saúde do coração. "Não devemos esperar até que algum sintoma apareça para procurar ajuda médica. É importante que todos façam acompanhamento com um cardiologista, especialmente aquelas pessoas que já têm histórico de doenças cardíacas, ou estão no grupo de risco, pois, muitas vezes, o paciente não sabe que o cansaço que ele sente não é causa da idade, mas um sintoma de uma doença do coração que pode e deve ser tratada", enfatiza o dr. Múcio de Oliveira

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Exercícios ajudam a melhorar a saúde do coração

 


Para garantir um coração saudável, os médicos recomendam um remédio milagroso: movimentar o corpo. Quando fazemos exercícios regularmente, o coração trabalha com mais eficiência e sem ter que fazer tanto esforço. O sangue flui melhor e as artérias e vasos ficam mais flexíveis e saudáveis. Tudo isso previne o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, colesterol alto, derrame e hipertensão.

"Enquanto uma pessoa sedentária tem de 80 a 100 batimentos por minuto, uma pessoa condicionada está entre 60 e 70 batimentos por minuto", explica a fitness coach Vanessa Furstenberguer. Pode parecer pouco, mas essa melhora na eficiência diminui em 40% o risco de complicações cardiovasculares.

Para favorecer o sistema cardiovascular, os exercícios precisam elevar a frequência cardíaca. "É o caso da caminhada, da bicicleta, do treino intervalado e corrida", recomenda Vanessa. Confira, a seguir, por que essas atividades fazem tão bem ao músculo vital e quais as variações de treino que favorecem a saúde cardiovascular. 

Caminhada ao ar livre

Para afastar o perigo da hipertensão, aposte nas caminhadas. As passadas reduzem a pressão arterial na primeira hora e, o que é melhor ainda, essa queda se mantém nas 24 horas seguintes. Isso acontece porque durante a prática do exercício, o fluxo de sangue aumenta, levando os vasos sanguíneos a se expandirem, diminuindo a pressão.

Além disso, a caminhada faz com que a as válvulas do coração trabalhem mais, melhorando a circulação de hemoglobina a e oxigenação do corpo. Com o maior bombeamento de sangue para o pulmão, o sangue fica mais rico em oxigênio. Somado a isso, a caminhada também faz as artérias, veias e vasos capilares se dilatarem, tornando o transporte de oxigênio mais eficiente às partes periféricas do organismo, como braços e pernas.

A caminhada também é um fator de proteção contra derrames e infarto. "Além de regular os níveis de colesterol no corpo, os vasos ficam mais elásticos e mais propícios a se dilatarem quando há alguma obstrução. Isso impede que as artérias parem de transportar sangue ou entupam", diz Vanessa.

Caminhe na esteira

A caminhada em esteiras com velocidade entre 4,0 e 6,0 km/h (acima disso poderá prejudicar a coluna lombar) e com inclinação entre 2 e 12% (sem segurar na barra de apoio) é uma atividade cardiovascular excelente. "Ao mesmo tempo em que consegue elevar a frequência cardíaca para uma zona de treinamento mais eficaz do que uma caminhada normal, este tipo de treino tem uma sobrecarga articular muito menor para os tornozelos, joelhos e coluna do que o treino de corrida tradicional", explica a profissional. 

Varie o treino

Os melhores estímulos são a mescla de dois tipos de treino. O treino contínuo e o intervalado. Como o próprio nome diz, o treino contínuo caracteriza-se pela manutenção da frequência cardíaca em uma mesma intensidade (70% da frequência cardíaca máxima, por exemplo) e tem, como principal benefício, a dilatação das câmaras cardíacas, algo fundamental para a melhora do rendimento do coração.

Já o treino intervalado beneficia a saúde cardiovascular pela sua capacidade de fortalecer o miocárdio (músculo cardíaco), aumentando a eficiência de bombeamento de sangue realizado pelo coração. Este treino caracteriza-se pela variação da frequência cardíaca. "Tentamos atingir uma intensidade mais alta por determinado tempo (correr a 90% da frequência cardíaca máxima por 2 minutos, por exemplo) e, em seguida, propiciar uma recuperação parcial do corpo (caminhar até atingir 70% da frequência máxima, por exemplo)", diz a fitness coach. O número de séries vai depender do condicionamento de cada indivíduo.

 

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Dicas para cuidar do coração



Exames de rotina, visitas a médicos periodicamente, entre outros cuidados, são essenciais para manter a saúde em dia. E com a saúde do coração não é diferente. Atingido principalmente pela hipertensão arterial, o órgão também merece atenção.

Infarto, AVC e aneurismas são algumas das mais conhecidas consequências da hipertensão. A doença que atinge quase 30% dos brasileiros com menos de 60 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH), traz grandes riscos ao coração, mas também pode afetar de forma grave outros órgãos do corpo, como cérebro e rins.

- O cérebro necessita de um fluxo sanguíneo contínuo para exercer suas atividades no organismo. Sem essa circulação sanguínea e com a falta de oxigenação, o órgão pode perder progressivamente suas capacidades e funções, podendo chegar a um estado de demência. Nesse estágio, o paciente passa a apresentar problemas de cognição, memória e concentração – alerta a dra. Olga Souza, coordenadora do Serviço de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca da Rede D’Or São Luiz.

Os rins também podem sofrer com a hipertensão arterial mal controlada. A doença é uma das principais causas da insuficiência renal. A pressão alta deixa os vasos sanguíneos mais rígidos e a quantidade de sangue que chega até o órgão, como o rim, seja menor, tornando-o incapaz de exercer suas funções, como eliminar impurezas e filtrar substâncias no organismo.

A cegueira é outra consequência pouco conhecida da hipertensão arterial. Os olhos podem sofrer grandes alterações, especialmente na retina, decorrentes da doença. Tais alterações, chamadas de retinopatia hipertensiva, são ocasionadas por um estreitamento dos vasos sanguíneos ou pelo enrijecimento das paredes arteriais, levando a um quadro de hemorragia nos olhos e deslocamento da retina, que pode ocasionar – em casos mais graves – a cegueira.

- A hipertensão arterial também está relacionada à ocorrência de uma arritmia cardíaca, conhecida como fibrilação atrial que acarreta a formação de coágulos no coração e pode causar o AVC. Apesar de graves consequências, pode-se conviver com a hipertensão arterial de forma segura. Após o diagnóstico, hábitos mais saudáveis e, se necessário, uso de medicamentos com orientação médica, são aliados no tratamento que deve ser seguido para o resto da vida – destaca a cardiologista. 

Curiosidades que podem ajudar na prevenção, combate e tratamento da doença

- Música ajuda no tratamento da hipertensão: Controle o seu nível de estresse. Procure durante o dia ter alguns minutos para relaxar, ouvir uma música, conversar com um amigo, isso ajuda bastante no tratamento;
- Analgésicos e anti-inflamatórios podem causar hipertensão: Esses medicamentos podem elevar a pressão arterial.
- Uma vida solitária pode causar a doença: Procure estar com pessoas que te fazem sentir bem;
- A doença é silenciosa: Em alguns casos, os sinais e sintomas são imperceptíveis, portanto verifique sempre a sua pressão arterial;
-  A doença não tem cura e o tratamento deve ser levado à sério para o resto da vida.


quarta-feira, 11 de julho de 2018

Mais de 50 mil AVCs podem ser evitados por ano no Brasil



Figurando há anos como uma das principais causas de morte no país, o acidente vascular cerebral (AVC) é um antigo conhecido da população. Só em 2015, por exemplo, cerca de 100 mil óbitos foram ocasionados pela doença no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Diante de tal cenário, falar sobre a prevenção dos fatores de risco torna-se obrigatório: entre os principais, está a fibrilação atrial (FA), o tipo de arritmia cardíaca mais comum do mundo, que leva o coração a bater em um ritmo irregular, aumentando em cinco vezes as chances dos pacientes sofrerem um AVC.

A fibrilação atrial é um grande problema de saúde pública e os números da doença são alarmantes. Mas qual é a relação entre as duas doenças? Primeiro, é preciso entender a atuação da FA: a enfermidade faz com que os sinais elétricos emitidos pelo coração falhem, levando os átrios a se contraírem de maneira irregular, "fibrilando", e provocando um acúmulo de sangue local. Tal retenção, além de outras alterações provocadas pela FA, pode levar à formação de coágulos sanguíneos que podem se dirigir à circulação sanguínea e chegar a qualquer parte do corpo, como o cérebro – provocando o AVC, que, nesse caso, tende a ser mais grave do que em outras situações.

O diagnóstico precoce e o tratamento da fibrilação atrial são fortes aliados do paciente para evitar essa complicação, pois parte do tratamento consiste no uso de medicamentos anticoagulantes, responsáveis por reduzir o risco de AVC. É importante ressaltar, ainda, que existem tratamentos que visam restaurar a frequência cardíaca do paciente.

O maior desafio está no fato de que a FA é uma doença silenciosa: muitos dos pacientes não apresentam sinais da arritmia, o que faz com que eles não procurem orientação médica. Entretanto, nos casos em que há manifestações, os sintomas mais comuns englobam palpitações, tontura, dores no peito e falta de ar. Além disso, outro ponto que merece atenção é que, embora a fibrilação atrial atinja entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas no país, ela ainda é desconhecida pela população, como mostrou a pesquisa "A percepção dos brasileiros sobre doenças cardiovasculares", encomendada pela Boehringer Ingelheim (BI) e desenvolvida pelo Ibope Conecta, em que 63% dos participantes afirmaram nunca terem ouvido falar sobre a arritmia. O estudo também revelou que 47% dos entrevistados com FA não faziam uso de medicação anticoagulante, ficando mais expostos às complicações da doença.

Uma das possíveis explicações sobre a não adoção ao tratamento é a preocupação com sangramentos, o efeito colateral mais lembrado das medicações anticoagulantes - conhecidas popularmente por "afinarem o sangue". Entretanto, recentemente a medicina testemunhou um grande avanço quanto a essa classe terapêutica: já está aprovado em 61 países, inclusive no Brasil, o primeiro agente reversor de medicação anticoagulante do mundo, destinado a uso hospitalar. De princípio ativo idarucizumabe, o medicamento possui efeito imediato e momentâneo, revertendo especificamente a ação da dabigatrana, em pacientes que precisam ser submetidos a cirurgias de emergência ou apresentam sangramentos incontroláveis, ocasionados por acidentes, sejam eles domésticos ou não.

Logo, apesar de parecer inofensiva em um primeiro momento, a fibrilação atrial representa um grande risco para a saúde de quem sofre com a doença, que atinge principalmente idosos acima dos 70 anos. É comum os pacientes serem diagnosticados com a arritmia apenas em um episódio de AVC, a sua manifestação mais grave, que pode levar a sequelas incapacitantes e até à morte. Por isso, é importante realizar check-ups de rotina, consultando o médico especialista em caso de dúvidas e sintomas.

Por dr. José Francisco Kerr Saraiva, médico cardiologista, presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e professor da PUC Campinas.


quarta-feira, 21 de março de 2018

Sedentarismo atinge quase metade dos brasileiros


O sedentarismo, caracterizado pela ausência de atividades físicas, já é conhecido como a doença do século e pode causar diversos problemas de saúde. O cardiologista Augusto Scalabrini, professor da USP atuante também no hospital Sírio Libanês, explica que atualmente este não é somente um distúrbio de quem não pratica exercícios, mas sim da falta de qualquer atividade física.
Embora hoje em dia as pessoas tenham adquirido maior consciência a respeito desse tema, boa parte ainda não tem hábitos que auxiliem no processo para a mudança. "Já se sabe que a qualidade do envelhecimento é diretamente proporcional à constância de atividade física durante a vida", explica o médico.
Ainda assim, uma pesquisa realizada pelo Pnad em 2017 aponta que cerca de 40% dos brasileiros já são sedentários a partir da adolescência e os números também crescem com a idade. O que poucas pessoas sabem é que a doença está diretamente associada a uma série de outros problemas de saúde, como diabetes, obesidade, hipertensão arterial, problemas nas articulações, entre outros.
O cardiologista também coloca em questão o fato de que as atividades podem colaborar em outros setores da vida: por liberar endorfina no corpo, os exercícios proporcionam uma sensação de bem estar, sendo extremamente benéficos. "As pessoas que fazem atividade física são mais alegres, mais bem humoradas, têm menor incidência de depressão e são muito mais sociáveis, o que é um fator muito importante quando se vive em comunidade", aponta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as pessoas pratiquem ao menos 150 minutos de atividades físicas semanais, mas essas atividades não precisam ser um tormento. Dr. Scalabrini ressalta que qualquer exercício é sempre bem vindo. "Caminhar, por exemplo, é uma atividade de baixo impacto que promove um condicionamento cardiovascular muito benéfico", o médico destaca. Além dos esportes tradicionais, também há opções alternativas, como lutas e esportes radicais. É importante lembrar que médicos e educadores físicos podem auxiliar cada pessoa de acordo com suas necessidades, sendo importantíssimo uma combinação de exercícios adequada.

terça-feira, 7 de março de 2017

Menopausa x saúde do coração


Os cuidados com a saúde do coração devem fazer parte da rotina de todos. Porém, as mulheres devem redobrar a atenção quando o assunto é prevenção cardiológica. Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 1/3 de todas as mortes de mulheres no mundo acontecem em decorrência de doenças coronarianas. Só no Brasil elas representam 30% das mortes do sexo feminino. Mas por que as mulheres são mais suscetíveis a problemas cardiológicos?

A cardiologista do Hospital Cardiológico Costantini, Carmen Weigert, explica que, geralmente, a incidência de eventos coronarianos é maior durante a menopausa, fase em que a mulher sofre mais com alterações hormonais. “Os hormônios agem como protetores do sistema cardiovascular e, com a chegada da menopausa, têm essa função comprometida, deixando o coração da mulher mais vulnerável a ocorrências cardiológicas graves, como o infarto”, afirma Carmen.

Além dos fatores hormonais, a especialista destaca outros fatores de risco cada vez mais presentes na rotina das brasileiras, como ansiedade e o estresse. Segundo ela, nos últimos anos, com a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho, houve um acúmulo de responsabilidades, pois elas ainda precisam conciliar as tarefas domésticas e a função maternal-familiar.

“Pessoas estressadas têm um crescimento considerável de adrenalina e cortisol, hormônios que favorecem o aumento de gordura nos vasos, elevando a incidência de infartos”, alerta a médica. O tabagismo é outro ponto que deve ser observado, já que a dependência da nicotina provoca efeitos deletérios no organismo feminino, pois diminui a circulação do estrogênio e torna o coração mais suscetível ao entupimento das artérias, assim como o cérebro mais propenso a lesões isquêmicas (derrames cerebrais).

Por isso, nesse cenário, a prevenção torna-se ainda mais importante para as mulheres. Segundo a cardiologista, há a necessidade de adoção de hábitos de vida mais saudáveis como a realização de exercícios físicos regulares sob orientação multiprofissional, a manutenção de uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais, peixes e fibras e a realização periódica de check-ups cardiológicos.