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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Você já ouviu falar na Síndrome de Irlen?


Todos nós con­sideramos a leitura como uma habilidade na­tural e automática, porque a realizamos sem esforço algum. Entretanto, para mui­tas crianças e adultos, o ato de ler é um ver­dadeiro pesadelo, e essa é a realidade para aproximadamente 15% da população mun­dial. Como psicóloga escolar e orientadora educacional há anos, tento exercer a empatia e me colocar diariamente no lugar dos pais que peregrinam, acertadamente, em consul­tórios dos profissionais da saúde e educação, em busca de uma melhoria para os filhos que apresentam dificuldades de aprendizagem, principalmente na leitura e na escrita.

Dentre as várias possibilidades diagnosti­cadas, como o TDHA, a alteração do proces­samento auditivo, a dislexia, os distúrbios de atenção, surge também a Síndrome de Irlen, que se caracteriza por distúrbios de aprendi­zagem relacionados à visão, ocasionados por dificuldades no processamento cerebral das informações visuais. É uma distorção não de­tectada nos exames normais feitos pelo mé­dico oftalmologista, e está diretamente liga­da à sensibilidade que cada um de nós tem à luz. Qualquer déficit no processamento vi­sual terá um impacto direto no modo como aprendemos, pois 90% da informação do am­biente nos atinge pela via visual.

Alguns sintomas da Síndrome de Irlen são: leitura insuficiente, problemas com a velo­cidade e clareza da leitura, desconforto e cansaço ao ler, dores de cabeça frequen­tes, tontura, acompa­nhamento da leitu­ra com o dedo ou ou­tro marcador. O rit­mo da leitura é lento. A pessoa inclina a ca­beça durante a leitu­ra, tem coceira ou ar­dência nos olhos, pula palavras ou mistura as linhas, tem uma caligrafia ruim. Na escri­ta, o tamanho das letras e os espaços entre elas são desiguais.

Para detectar a presença da Síndrome de Irlen é possível ser submetido a um teste fei­to por um screener, que é um profissional ha­bilitado pelo Hospital de Olhos de Belo Hori­zonte. Após a aplicação do teste, o screener vai colocando sobre o texto as overlays, que são lâminas coloridas transparentes, e o pacien­te verifica se houve ou não a mudança da per­cepção visual através das diferentes cores das lâminas. 

Em muitos casos, a melhora da leitu­ra é instantânea e, em casos mais severos, há necessidade da colocação de filtros espectrais nos óculos ou lentes, e o paciente será enca­minhado para o Hospital de Olhos de Belo Ho­rizonte, que possui um trabalho único e dife­renciado sobre o assunto no Brasil.
Se você quer saber mais sobre a Síndro­me de Irlen, acesse o site: www.fundacaoho­lhos.com.br.

Artigo de Maria Isabel Gut, psicóloga, orientadora educacional e screener habilitada pelo Hospital de Olhos de BH.