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sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Transtornos mentais também devem ser acompanhados na terceira idade

 


Solidão, perda de peso, fadiga e sentimento de inutilidade são alguns dos sinais apresentados por idosos quando acometidos por algum transtorno mental. É comum que, por falta de conhecimento, muitos desses relatos sejam confundidos com outras patologias, ignorados por familiares e encarados como sintomas naturais causados pelo envelhecimento. Por isso, o Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) apoia a campanha global de conscientização sobre a saúde mental “Janeiro Branco” e estimula o diálogo sobre o tema. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio. Em quase todas as regiões do mundo, as taxas de suicídio são mais elevadas entre as pessoas com 70 anos ou mais. A médica geriatra do HSV, Dra. Bruna M. Fernandes Nunes, explica quais são os principais diagnósticos na terceira idade. “Podemos pontuar o transtorno depressivo; transtorno de ansiedade generalizada (TAG); transtorno do pânico; transtornos afetivos como, por exemplo, transtorno bipolar e esquizofrenia; e síndrome demencial, como demência de Alzheimer e demência vascular”. 

Segundo a especialista, as causas são multifatoriais. São considerados fatores biológicos, genéticos e epigenéticas. As patologias também podem se desenvolver a partir de experiências de vida como trauma e abuso; problemas familiares; luto por perdas próximas; incapacidade física; frustrações por dependência; e outros eventos de saúde como dor; privação sensorial visual ou auditiva; e transtorno do sono. 

“Devemos observar a rotina e o comportamento do idoso e estar atento a algumas alterações. Os sinais são de acordo com a patologia, mas em alguns casos são semelhantes, o que dificulta essa percepção. No geral, é possível observar alterações cognitivas; esquecimentos; alteração comportamental; agitação; alucinações; isolamento social; alteração do humor; fadiga; sonolência excessiva ou insônia; dificuldade de concentração; inquietude; perda ou ganho de peso”, explica Bruna. 

Tratamento 

A terapia requer um conjunto de ações e deve ser baseada em tratamento medicamentoso e comportamental. A atividade física, se possível, pode ser uma ótima complementação. Alternativos, outros tratamentos também auxiliam no processo, como musicoterapia e fototerapia para alguns casos. 

“O tratamento na população idosa tem algumas particularidades. O idoso é mais suscetível a efeitos colaterais e interação de medicamentos. Devemos sempre iniciar com doses baixas e progredirmos conforme a tolerância. Existe um lema na geriatria que é: inicie devagar e progrida devagar, mas não deixe de progredir. É importante destacar que quando identificado algum sintoma, o familiar deve procurar atendimento médico para acompanhamento”, ressalta a geriatra.

 

Foto: Freepik

domingo, 10 de dezembro de 2023

Corrimento marrom - o que é e por que tantas mulheres são afetadas


A saúde íntima é uma preocupação constante para as mulheres, e quando surge um corrimento marrom inesperado, as dúvidas podem se intensificar. A presença dele, contudo, pode estar ligada a vários motivos, tanto a causas naturais como a algumas condições médicas.

Segundo a dra. Malu Frade, ginecologista e obstetra especialista em Reprodução Humana da Famivita, o corrimento amarronzado, geralmente, está relacionado a algum tipo de sangramento de escape. Este, por sua vez, se mistura com a secreção vaginal normal e acaba causando o corrimento, que na verdade nada mais é que um restinho de sangue.

Vale destacar que haver secreção sendo expelida pela vagina é natural, fazendo parte do organismo feminino. "Todas as mulheres apresentam secreção vaginal e ela varia durante o ciclo. Pode ser mais esbranquiçada, tipo hidratante, ou pode ficar mais transparente, mais elástica. Então, ter sempre uma secreção vaginal é normal", diz ela. Principalmente quando falamos, porém, de corrimento acompanhado de ardência ou mau odor, deve ser buscado o auxílio médico com urgência, de acordo com a dra. Malu, pois pode indicar alguma doença.

Um fator que costuma estar associado ao corrimento marrom é a utilização de contraceptivos hormonais, como a pílula do dia seguinte, segundo a médica. "Na maioria das vezes, ela bagunça um pouco o ciclo. Assim, a mulher pode ter um corrimento marrom ou sangrar muito, com um fluxo intenso e de cor avermelhada, por exemplo", aponta ela.

Inclusive, uma pesquisa realizada pela Famivita, com mais de mil mulheres, revelou que 24% delas já tiveram um corrimento marrom acompanhado de mau cheiro e/ou ardência. Além disso, 36% das participantes mencionaram já ter tido sangramentos de escape ao usar anticoncepcionais. Os números, assim, vêm mostrar que essas ocorrências eventualmente compõem a rotina feminina.  

Mas há diversas possibilidades em que o corrimento marrom pode estar envolvido, segundo pontua a dra. Malu, e uma delas é que, no caso de uma baixa hormonal no organismo, o corrimento se dê por não haver a quantidade adequada de progesterona. A outra pode confundir um pouco as mulheres por estar, talvez, ligada a uma gestação. "Isso porque acontece de algumas pacientes, quando ocorre a nidação, que é a implantação do embrião no útero, terem esse corrimento tipo borra de café, em pequena quantidade, que é um sangramento de escape", afirma.

Dentre as possibilidades relacionadas ao corrimento marrom está, também, um sangramento devido à pólipo ou mioma. "É difícil saber por que a mulher está tendo esse sangramento, que chamamos de sangramento uterino anormal, ou seja, fora do período esperado da menstruação, sem ir ao médico", assinala a especialista da Famivita.

Para que sejam avaliadas as causas do corrimento marrom, são feitos pelo ginecologista a anamnese e o exame físico, sendo investigada, ainda, a presença da gravidez em mulheres com idade reprodutiva. Exames de sangue e ligados a alterações hormonais, assim como a ultrassonografia endovaginal estão entre os que podem ser solicitados, dependendo dos sintomas.


Foto: Freepik

 


quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Verão exige cuidado com a pele para evitar o câncer mais comum no Brasil



Dezembro chega trazendo o colorido do verão no laço do mês para alertar sobre o carcinoma, o tipo de câncer mais comum entre os brasileiros. O laço laranja reforça a importância do cuidado sistemático com a pele não apenas na estação mais quente e ensolarada do ano, mas também nas demais. O carcinoma é responsável por 31,3% dos casos de câncer no Brasil e é um dos tipos que podem ser evitados por meio da prevenção. Bem por isso, o dezembro laranja vem para marcar alguns hábitos necessários no nosso dia a dia, como o uso de protetor solar e óculos escuros.

Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele é a exposição ao sol. No Brasil, onde a radiação ultravioleta atinge índices altíssimos, é mais do que necessário pensar numa proteção diária, independentemente da exposição durante um momento de lazer, por exemplo, como explica Vinícius Conceição, oncologista clínico e sócio do Grupo SOnHe. “Estamos expostos ao sol a todo momento, não apenas quando estamos de férias na praia. Perdemos tempo no trânsito e, enquanto isso, estamos expostos”, alerta o médico.

O câncer de pele é mais comum em pessoas de pele clara, com mais de 40 anos. Além da exposição ao sol, a baixa imunidade e o histórico familiar podem ser fatores de risco. As áreas de maior exposição, segundo Débora Curi, oncologista do Grupo SOnHe, precisam ser monitoradas com frequência e qualquer alteração na pele precisa ser analisada. “Identificar o câncer de pele no estágio inicial é fundamental para garantir o sucesso do tratamento”, explica Débora.

Até 2025, o Brasil deve diagnosticar 704 mil novos casos de câncer por ano, sendo o carcinoma responsável por 30% dos casos, o que representa mais 220 mil casos da doença por ano. O câncer de pele é mais comum entre os homens, respondendo por 51% dos casos, por isso, vale o alerta para que esse público tenha mais atenção à própria saúde. “O homem também precisa cuidar da pele, proteger a cabeça e os olhos. A informação ajuda a quebrar o preconceito”, afirma Vinícius Conceição. Ainda segundo o médico, observar o próprio corpo é fundamental para que possamos protegê-lo. No caso das pintas, que podem indicar um tipo de câncer de pele, vale a regra do ABCDE. Se a pinta for assimétrica, tiver a borda irregular, apresentar dois tons ou mais, tiver a dimensão superior a seis milímetros e evoluir de tamanho ou apresentar alteração de cor, é muito provável que seja um tumor maligno, caso contrário, é considerado benigno. O médico reforça que são vários os tipos de câncer de pele, sendo o carcinoma o mais comum e o mais simples de ser tratado. No entanto, o apelo da prevenção deve ser feito o ano todo e não apenas no mês de dezembro. “Vivemos num país tropical, com alta incidência de radiação ultravioleta. Portanto, o cuidado com a pele deve ser permanente”, alerta.

O tratamento para o câncer de pele costuma apresentar mais de 90% de chance de cura do paciente, que pode ser submetido à quimio, radioterapia ou até mesmo à cirurgia. 

Cuidados básicos para evitar o câncer de pele

Proteger a pele é uma necessidade diária. Sendo assim, é essencial evitar a exposição prolongada ao sol no horário de maior incidência da radiação, entre 10 e 16 horas. Também é importante fazer uso de filtro solar, óculos escuros, chapéu ou boné. De acordo com a oncologista Débora Curi, manter uma rotina de exames também é fundamental para identificar possíveis alterações. “Estamos falando não apenas dos exames laboratoriais, mas também dos exames clínicos, em que podemos diagnosticar qualquer tipo de alteração na pele do paciente”, finaliza a médica.


Foto: Freepik

sábado, 11 de novembro de 2023

Osteoporose, uma doença silenciosa que no começo não apresenta sintomas óbvios

 

Caracterizada pela perda de massa óssea e deterioração da estrutura dos ossos, a osteoporose é considerada uma doença silenciosa. Isto porque, em suas fases iniciais, ela não costuma causar sintomas óbvios, fazendo com que muitos só descubram que são portadores da condição quando sofrem uma fratura. De acordo com o Ministério da Saúde, 10 milhões de brasileiros apresentam a doença, e a estimativa é que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens, com 50 anos de idade ou mais, sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida.



Tendo em vista a dimensão da osteoporose no Brasil, no mundo e seu caráter insidioso, posto que demora para se revelar, torna-se premente falar da doença. Nesse sentido, a médica intervencionista em dor e autora do livro “Existe vida além da dor”, dra. Amelie Falconi, aborda a seguir as principais causas da osteoporose, sintomas, tratamentos da doença e da dor atrelada a ela, medidas de prevenção, entre outros temas relacionados à doença.

Dra. Amelie destaca que as principais causas da osteoporose são: envelhecimento, deficiência de estrogênio, histórico familiar, sedentarismo, alimentação deficiente em cálcio e vitamina D, tabagismo, excesso de álcool, e outras doenças. Entre as doenças ou condições de saúde que estão ligadas direta ou indiretamente à osteoporose estão: doença endócrinas; doenças gastrointestinais; alguns tipos de câncer e quimioterapia; artrite reumatoide; distúrbios neuromusculares; doenças pulmores crônicas; síndromes genéticas, como a osteogênese imperfeita; e o uso prolongado de medicamentos, entre os quais corticosteroides e anticogulantes.

Ao contrário do que diz o senso comum, a doença não atinge exclusivamente mulheres, embora acometa mais elas do que os homens. Conforme dra. Amelie, os fatores de risco costumam ser diferentes de acordo com o gênero. “Para as mulheres, o principal fator de risco é a menopausa, já para os homens as principais causas são distúrbios hormonais, uso crônico de cortiscoteroides, condições médicas subjacentes e envelhecimento”, relata.

Como se trata de uma doença que pode passar despercebida por anos, dra. Amelie ressalta a importância de as pessoas em risco, especialmente mulheres pós-menopáusicas e idosos, adotarem um estilo de vida saudável e  realizarem exames de densiotometria óssea, para calcular a densidade do osso e, dessa forma, diagnosticarem a osteoporose antes de uma fratura ocorrer. “É fundamental que pessoas que apresentem fatores de risco significativos para a osteoporose passem por uma avaliação médica para desenvolver um plano de prevenção e tratamento adequado”, afirma.

No que tange à prevenção da doença, as recomendações mais atuais, de acordo com a médica intervencionista em dor, enfatizam uma abordagem integral, que consiste em praticar exercícios físicos regularmente, incorporar um dieta rica e balanceada, com ingestão adequada de cálcio e vitamina D, suplementar, tomar sol, evitar a automedicação, e adotar uma estilo de vida saudável, em que a pessoa evite fumar e consumir bebidas alcólicas em excesso.

O tratamento da osteoporose pode incluir várias classes de medicamentos. “Além dos tradicionais, que contribuem para fortalecer os ossos, aumentar a densidade óssea e reduzir o risco de fraturas, estão sendo desenvolvidos tratamento direcionados, visando abordar as causas subjacentes à doença, como terapias de antiressorção, que ajudam a preservar a massa óssea”, explica. A médica intervencionista em dor ressalta que os tratamentos evoluiram nos últimos anos, proporcionando opções cada vez mais seguras e eficazes.

 A dor em pacientes com osteoporose

A dor na osteoporose, explica dra. Amelie está intimamente relacionada à fratura óssea, uma de suas complicações mais comuns. Isto porque, explica a dra. Amelie, uma fratura costuma causar instabilidade e compressão de nervos, ocasionando desconforto e dor. “Além disso, precisamos lembrar que os fatores de risco para osteoporose são os mesmos que para dores crônicas, entre eles sedentarismo, tabagismo e alimentação com deficiência de nutrientes”, diz.

Segundo dra. Amelie, para controlar de maneira eficaz a dor relacionada à osteoporose, recomenda-se uma abordagem multidisciplinar que combine medidas de prevenção, tratamento da osteoporose subjacente e manejo da dor. “Entre as ações que podem ser adotadas estão: combate ao sedentarismo, com dieta rica e balanceada e prática regular de exercícios físicos, prevenção de fraturas, tratamento da osteoporose, reabilitação, medicamentos para controle da dor e procedimentos intervencionistas para alívio da dor”, destaca.

Considerando que a osteoporose está relacionada a hábitos nocivos à saúde, como consumo excessivo de álcool, tabagismo, dieta pobre em nutrientes e sedentarismo, que por sua vez estão associados ao desenvovimento de dor crônica, a médica intervencionista em dor reitera, no Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, a importância de a população em geral adotar um estilo de vida saudável como forma de prevenir a osteoporose, a dor crônica e outras doenças.

 

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Outubro Cinza conscientiza para a artrite reumatoide e a importância do tratamento precoce



O mês de outubro é marcado pela cor rosa, a qual conscientiza para o câncer de mama. No entanto, menos divulgado, mas igualmente importante, o mês também leva a cor cinza, que alerta a população sobre a artrite reumatoide.  

De acordo com o médico ortopedista Marcelo Ruck, do hospital Santa Casa de Mauá, a artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica e autoimune - o sistema imunológico ataca o próprio organismo, que afeta as articulações. “As mulheres são mais atingidas do que os homens, geralmente a partir dos 30 anos. O tabagismo, a obesidade e a pré-disposição genética também podem contribuir para o desenvolvimento da artrite reumatoide”, explica.
 
A inflamação compromete as articulações e normalmente as mãos, os punhos e os pés, também pode atingir a coluna e embora seja mais raro, por se tratar de uma doença sistêmica, pode atingir alguns órgãos.
 
Entre os principais sintomas estão o inchaço, a dor, a vermelhidão, além de rigidez matinal, fadiga e cansaço. O tratamento precoce é importante a fim de que não ocorra a evolução da doença, deformidades e limitações de atividades simples. 
 
“Os sintomas são parecidos com o de outras doenças, de esforço físico ou mau jeitos, o que faz com que muitas pessoas adiem a visita ao médico e se mediquem por conta própria. Portanto, ao menor sinal de qualquer sintoma não hesite em procurar um especialista, só ele poderá fornecer o diagnóstico e tratamento corretos”, orienta Ruck.
 
O diagnóstico é feito por meio de exames laboratoriais, que também avaliam o grau da inflamação. 
 
O tratamento precoce controla o avanço da doença e além de medicamentos, que podem variar de acordo com o estágio da artrite reumatoide, são indicados também a terapia ocupacional, a fisioterapia e as atividades físicas, com exercícios resistidos e alongamentos, sempre supervisionado por um especialista. 



Foto: Freepik

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Campanha global incentiva público a 'Movimentar-se Contra a Trombose'


Nesta sexta-feira, 13 de outubro, é o Dia Mundial da Trombose, um esforço global estabelecido pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, na sigla em inglês) para divulgar os fatores de riscos, sintomas, tratamento e prevenção aos coágulos sanguíneos, também conhecidos como trombos, origem do nome da doença em português. Com uma em cada quatro pessoas a morrer em todo o mundo devido às condições relacionadas aos coágulos sanguíneos, a trombose é a principal causa de mortes hospitalares evitáveis no planeta. 

O Dia Mundial da Trombose envolve mais de 5 mil organizações parceiras e indivíduos de mais de 120 países que unem forças para promover a compreensão do tratamento e prevenção de coágulos sanguíneos. No seu 10º aniversário, a campanha incentiva o público a “Movimentar-se Contra a Trombose”, uma vez que movimentos simples, incluindo caminhar e alongar-se, podem aumentar o fluxo sanguíneo e ajudar a reduzir o potencial de formação de trombos. 

A trombose pode se desenvolver ou rumar para os vasos sanguíneos de todo o corpo, muitas vezes causando sintomas que podem ser confundidos com outras doenças. Os sintomas mais comuns de coágulo sanguíneo na perna, ou trombose venosa profunda (TVP), podem incluir dor ou sensibilidade na panturrilha, inchaço do tornozelo ou pé, vermelhidão ou descoloração perceptível e/ou calor nessa área. Já os sintomas de coágulo sanguíneo nos pulmões, ou embolia pulmonar (EP), podem incluir falta de ar inexplicável, respiração rápida, dor no peito, frequência cardíaca acelerada e/ou tontura ou perda de consciência. 

“Uma das razões pelas quais a trombose acaba sendo a causa de morte de uma em cada quatro pessoas em todo o mundo é que muitos dos seus sintomas são sinônimos de outras condições comuns”, afirma a médica Lana Castellucci, presidente do Comitê Diretor do Dia Mundial da Trombose. “Quando uma pessoa sente cãibras nas pernas, por exemplo, é improvável que procure um especialista para se submeter a exames de trombose e, infelizmente, isso pode resultar em morte por essa doença. Com esta campanha global, estamos trabalhando para educar o público sobre trombose, condição prevalente para garantir que cuidados médicos adequados sejam procurados antes que seja tarde demais", pontua ela. 

Certos fatores de risco podem aumentar a probabilidade de desenvolvimento de trombose, especialmente: 

·  Hospitalização prolongada: Até 60% dos casos de tromboembolismo venoso (TEV) ocorrem durante ou após a hospitalização, pois os pacientes têm maior probabilidade de ter mobilidade reduzida devido ao repouso no leito hospitalar; 

·  Tratamento de câncer: Os pacientes com câncer têm quatro vezes mais probabilidades de desenvolver um coágulo sanguíneo grave devido aos efeitos da cirurgia e da quimioterapia; 

·  Gravidez e pós-parto: O sangue fica mais pegajoso durante a gravidez e, imediatamente, após o parto. Além disso, o peso do útero ao pressionar as veias da pelve pode retardar a circulação nas pernas. 

Praticar exercícios regularmente e manter um peso saudável é importante para pessoas com esses e outros fatores de risco. Por isso, a incorporação do movimento na prevenção de coágulos sanguíneos inspirou o tema “Movimente-se Contra a Trombose”, na edição deste ano da campanha global do Dia Mundial da Trombose. 

Sobre a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH) e o Dia Mundial da Trombose 

Fundada em 1969, a Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH na sigla em inglês) é a principal sociedade profissional médica e científica mundial dedicada a promover a compreensão, prevenção, diagnóstico e tratamento de condições relacionadas à trombose e hemostasia. A ISTH é uma organização internacional médico-científica profissional com mais de 7 mil médicos, pesquisadores e educadores, trabalhando juntos para melhorar a vida de pacientes em mais de 124 países ao redor do planeta. Entre suas atividades e iniciativas altamente conceituadas, estão programas de educação e padronização, atividades de pesquisa, reuniões e congressos, publicações revisadas por pares, comitês de especialistas e a campanha do Dia Mundial da Trombose, em 13 de outubro.  

Sobre o Dia Mundial da Trombose – No dia 13 de outubro é lembrado o Dia Mundial da Trombose, que tem como objetivo aumentar a consciência sobre a trombose entre profissionais da saúde, pacientes e entidades do governo e do terceiro setor. No entanto, devemos estar em alerta para essa afecção todos os dias. Em âmbito global, a campanha desta efeméride é liderada pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH, na sigla em inglês) e, no Brasil, por entidades médicas, entre as quais se destaca a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH). Para saber mais, acesse o site do Dia Mundial da Trombose e também o site da SBTH.  


Foto: Freepik

 


quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Como identificar e prevenir sintomas de depressão infantil em sala de aula




Desde 2015 o Brasil se volta à importância da prevenção do suicídio. A campanha Setembro Amarelo é incentivada e liderada do dia 1º ao 30 por uma das mais antigas ONGs do país, a CVV - Centro de Valorização da Vida. A organização lembra que falar sobre o tema e saber sobre suas causas são as primeiras providências para lutarmos contra estatísticas devastadoras, como um estudo realizado pela Unicamp que mostrou que 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, que 32 pessoas tiram suas vidas todos os dias. 

A primeira medida preventiva é a educação. "Existem debates entre profissionais de saúde mental sobre quais seriam os sintomas que poderiam levar as crianças a uma tendência ao suicídio. E a atenção à depressão infantil, inclusive na escola, se tornou essencial", destaca a coordenadora pedagógica da Mind Lab, Miriam Sales. Conforme a Fiocruz, estima-se que 2% das crianças e 5% dos adolescentes no mundo todo sofram com a doença. Pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), durante a pandemia, apontou que uma em cada quatro crianças e adolescentes passaram a sofrer de depressão e ansiedade.
 
Parte dos especialistas defende que os sintomas infantis são os mesmos da depressão verificada em pessoas adultas, como humor deprimido na maior parte do dia, desinteresse nas atividades diárias, alteração de sono e apetite, dificuldade de se concentrar e até alternação na atividade motora. No entanto, alguns estudiosos acreditam que no caso de crianças e jovens, há sintomas diferenciados, o que torna o diagnóstico mais desafiador. Esses sintomas seriam facilmente confundidos com malcriação, pirraça, birra, mau-humor, tristeza e agressividade. Esse ramo acredita que a lista de sintomas a seguir seria mais adequada para ser observada por profissionais em sala de aula.
 
A ideia de suicídio ou pensamento de tragédias e mortes estão na lista, mas podem ser mais difícil de ser acessada. Assim como sentimentos de desesperança e baixa autoestima e sentimento de inferioridade. Diferente da falta de apetite, prazer em executas atividades, apatia, agressividade, pessimismo, alterações no sono, cansaço, apatia e queixa de dores.
 
Para facilitar o processo de identificação e alimentar o diálogo em um ambiente em que crianças e adolescentes passam boa parte do seu tempo, a escola, a Miriam Sales, que também é pesquisadora sobre a importância das neurociências para o fazer docente, destaca três frentes:
 
Diferenciar depressão de tristeza
Muitos dos sintomas listados acima podem ser facilmente confundidos com a tristeza natural do dia a dia de uma criançaComo estabelecer essa diferença, então? Segundo os especialistas, a principal diferença está na intensidade dos sintomas, na persistência por longos períodos e nas mudanças que operam em hábitos normais da vida da criança. Assim, quando os pais ou responsáveis percebem a ocorrência desses sintomas de forma recorrente, devem procurar uma avaliação médica para diagnóstico.
 
Destacar o papel do professor
O professor não é um profissional de saúde e não tem o conhecimento necessário para diagnosticar casos de depressão entre crianças e jovens. Entretanto, na sala de aula, ocupa uma posição privilegiada para notar mudanças no desempenho, no comportamento e no humor de seus alunos e alunas.
Conhecendo os sintomas listados acima, um educador atento pode perceber os primeiros sinais de que algo está acontecendo com a criança ou o jovem. "O seu papel, nesse caso, é disparar o alarme, chamando os familiares para conversar sobre as alterações percebidas e tentando entender se os pais ou responsáveis também observaram mudanças recentes. Muitas vezes eles já estão atentos e até conseguem apontar causas para essas mudanças", destaca Miriam.
 
Incluir a educação socioemocional
O desenvolvimento dessas habilidades atua como prevenção à depressão entre crianças e jovens. Ao desenvolver competências como persistência, foco, entusiasmo, confiança, autoconfiança e ampliar a tolerância ao estresse, a educação socioemocional ajuda a fortalecer a saúde mental dos jovens e crianças. Por isso, com essas competências bem desenvolvidas, elas ampliam a sensação de bem-estar, satisfação e felicidade consigo mesmas.
Se os sintomas persistirem, é indicado que a família procure ajuda especializada com profissionais de saúde e mantenha o professor avisado sobre os desdobramentos e possíveis diagnósticos. "A parceria entre família e escola é fundamental para ajudar a criança ou adolescente a superar uma situação de depressão", ressalta a profissional.


Foto: Freepik
 

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Sangramentos nasais podem indicar pressão alta e até tumor


A nova onda de calor que se faz presente em todo o território nacional, ao longo desta semana, demanda atenção redobrada em relação aos casos de sangramento nasal, que se tornam mais recorrentes e não podem ser ignorados.
 

De acordo com o Dr. Arnaldo Braga Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, as altas temperaturas favorecem a dilatação dos vasos sanguíneos e, por isso, o problema tende a ocorrer com maior frequência nessas ocasiões.
 
"Isso acontece porque, no tempo quente, os vasos sanguíneos se dilatam e o sangramento tende a ocorrer com maior frequência", explica o médico, acrescentando que feridas, inflamações e o ressecamento das vias nasais costumam ser as principais causadoras dessas hemorragias.
 
É importante atenção! 
 
Ainda assim, o especialista recomenda uma investigação mais aprofundada para esse tipo de ocorrência – principalmente quando ela persiste. Isso porque podem estar associadas a quadros de aumento da pressão, desidratação, problemas respiratórios ou até mesmo questões mais graves.  
 
"O sangramento nasal também pode ser um sinal de alerta para tumores, como nasoangiofibromas, pólipos e hemangiomas, entre outros. Eles estão entre as causas menos prevalentes, mas não podem ser descartados", alerta.
 
Dr. Arnaldo explica que a hemorragia, por si só, já deve ser encarada como um sintoma de que algo com a saúde não está bem. "Quando os sangramentos nasais acontecem repetidamente, eles não podem ser considerados comuns. Pelo contrário, merecem preocupação e, seja qual for a intensidade, devem ser analisados por um otorrino."
 
O que fazer? 
 
O médico esclarece que, quando os sangramentos acontecem esporadicamente, ao assoar o nariz, por exemplo, não há motivos para alarde. "Nesses casos, é necessário manter a cabeça sempre posicionada para frente, nunca para trás, para evitar engasgos. O paciente também pode apertar as narinas por dois minutos para ajudar a cessar o sangramento e, ao soltar, colocar gelo por 10 minutos", ressalta.
 
Nesses dias de calor intenso, segundo Dr. Arnaldo, a principal recomendação para evitar essas hemorragias é hidratar o nariz com soro fisiológico. "Caso perceba alguma sujeira ou corpo estranho, evite cutucá-lo, principalmente em dias de tempo seco. O ideal é lavá-lo com água corrente."
 
Já nos casos de hemorragias frequentes, o especialista reforça a importância de consultar um otorrinolaringologista. "Isso é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados, que pode demandar o uso de medicamentos, cauterizações e até cirurgias nasais", finaliza.


Foto: Freepik

segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Fisioterapia pélvica para incontinência urinária pós-prostatectomia

 


A incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina, sendo comum após a prostatectomia (retirada da próstata). O câncer de próstata é a malignidade mais comumente detectada em homens, e a prostatectomia radical é o método de tratamento mais eficaz para esse tipo de câncer. Porém, o procedimento cirúrgico pode causar algumas complicações, entre elas a incontinência urinária.

 Dentre as incontinências, pode-se observar a perda de urina aos esforços e a de urgência. A primeira acontece ao realizar exercícios que exigem pressão maior da bexiga, como uma gargalhada, espirro ou até mesmo erguer peso. Já a de urgência acontece quando espasmos e contrações involuntários da bexiga promovem uma súbita necessidade de urinar.

 O tratamento para o paciente com incontinência urinária após a retirada da próstata é de extrema importância, devendo ser realizado de forma interdisciplinar por profissionais da medicina, psicologia e fisioterapia pélvica capacitados para melhor atendê-lo.

O tratamento conservador para a incontinência urinária pós-prostatectomia tem sido o mais preconizado nos últimos anos e trata as sequelas urinárias pós-cirúrgicas.

Dentro desse método são realizadas sessões de treinamento muscular do assoalho pélvico, eletroestimulação , terapia comportamental, educação/orientação para paciente, dentre outras intervenções, visando devolver a qualidade de vida, fortalecer a musculatura pélvica e promover conscientização do paciente incontinente.



Por Raquel Piovesana (Crefito 78132-F), fisioterapeuta, especialista em fisioterapia pélvica. . Contatos: 11-3395-5955, fisiolife.fisioterapia@yahoo.com

 

quinta-feira, 14 de setembro de 2023

Você sabe o que é fibrose cística?

 


'Doença do beijo salgado' ou 'mucoviscidose' são apenas alguns nomes para a fibrose cística, enfermidade genética que, segundo estima a Sociedade de Pediatria de São Paulo, tem cerca 5 mil casos registrados no Brasil. Embora seja uma doença rara, é considerada uma das mais comuns no país, o que reflete a importância do Setembro Roxo, para promover informações sobre o tema. 

A fibrose cística (FC) é historicamente conhecida como a "doença do beijo salgado", o que se deve à maior perda de sal no suor, percebida ao se beijar a criança ou ao se visualizar cristais de sal, principalmente na testa.

 

A fibrose cística é uma doença genética que afeta principalmente os pulmões, pâncreas e o sistema digestivo. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), ocorre quando um gene defeituoso (e a proteína produzida por ele) faz com que o corpo gere 30 a 60 vezes mais muco que o normal, aumentando o risco de acúmulos de bactérias nas vias respiratórias, inchaço e infecções como pneumonia e bronquite. Estima-se que 70 mil pessoas no mundo vivem com a condição.

 

Embora não tenha cura, é importante que a fibrose cística seja diagnosticada precocemente para que os sintomas sejam tratados desde o início. A principal forma de identificar a existência da condição é o conhecido 'Teste do Pezinho', realizado a partir das 48h de vida do recém-nascido até 30 dias após o nascimento.

 

"A análise é realizada através da coleta de sangue em papel filtro coletado do calcanhar da criança. Daí veio o nome de teste do pezinho. O exame pode detectar de 12 a mais de 100 doenças, dependendo da versão escolhida e por solicitação do médico", explica a bioquímica e coordenadora técnica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Luciana Figueira.

 

Os sintomas comuns para a doença são pele e suor de sabor muito salgado (daí o 'apelido' da condição), tosse persistente, infecções pulmonares frequentes, chiados no peito, baixo crescimento ou pouco ganho de peso e diarreia, dentre outros.

 

Procedimento 

 

De acordo com a profissional, quando o Teste do Pezinho dá positivo para fibrose cística, o laboratório realiza exames adicionais para confirmar o diagnóstico. "No caso da fibrose cística, a Pesquisa da Mutação Delta e o Painel de 16 Mutações são os exames complementares que auxiliam o médico a fechar o diagnóstico", comenta.

 

O Teste do Pezinho pode ser encontrado na rede pública para identificação de até 50 doenças, incluindo a fibrose cística. Já na rede privada, além de poder rastrear mais de 100 doenças, conta ainda com outras vantagens, como o atendimento remoto.
 

"Além de estar disponível em todas as nossas unidades do Sabin, a coleta pode ser domiciliar ou até mesmo na maternidade em que se encontra a criança. Basta agendar o serviço de atendimento móvel pelo site e escolher o local", explica Luciana Figueira.

 

Prevenção e tratamento 

 

Por ser uma doença genética, herdada a partir de um gene defeituoso do pai ou da mãe, não é possível prevenir a fibrose cística. Por outro lado, o diagnóstico precoce pelo médico, o acompanhamento e tratamento por ele indicados promovem o bem-estar ao paciente.

domingo, 10 de setembro de 2023

Trombose pode ser fatal: saiba como prevenir



Hábitos simples, como beber muita água, manter-se em um peso adequado, praticar atividades físicas e evitar o cigarro são dicas recorrentes para prevenir uma série de doenças. Mas você sabia que é possível com essas mesmas dicas evitar também a trombose? A enfermidade ocorre quando há formação de um trombo (sangue coagulado no interior de um vaso), que pode surgir em uma artéria ou veia. "Em alguns casos, a trombose pode levar a complicações, como embolia pulmonar (quando o trombo vai parar no pulmão) ou amputação do membro. Um diagnóstico e tratamento precoce evitam tais complicações", explica o cirurgião vascular do CEMA, dr. Carlos Hugo Guillaux. 

Atualmente, a trombose atinge cerca de 180 mil pessoas, por ano, no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Ela pode ser dividida em:
 

Trombose Venosa – Tipo mais comum, ocorre quando o sangue coagula no interior de uma veia. As veias são os vasos responsáveis por trazer o sangue de volta dos tecidos para o coração. Existem dois subtipos de trombose venosa:

Trombose Venosa Profunda – Ocorre quando o sangue coagula no interior de uma veia profunda do corpo, sendo os membros inferiores os mais afetados. Pode ocorrer em pacientes acamados ou com pouca mobilidade muscular dos membros inferiores, após cirurgias ortopédicas, imobilização do membro inferior, uso de anticoncepcional e por predisposições hereditárias;

Tromboflebite (ou flebite) – Ocorre quando o sangue coagula no interior de uma veia superficial, geralmente no braço ou perna.

Trombose Arterial – Ocorre quando o sangue coagula no interior de uma artéria. As artérias são os vasos que levam o sangue do coração de volta aos tecidos de todo corpo. A causa mais comum, nesse caso, é a aterosclerose.
 

Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Há 3 condições que podem levar o sangue a coagular dentro de um vaso. São elas: lesão da parede vascular, alterações no fluxo sanguíneo e na coagulação sanguínea. "No caso da trombose venosa, existem alguns fatores de risco, como imobilidade prolongada causada por internação hospitalar, viagens longas, imobilização por fraturas, pacientes acamados ou repouso após cirurgias; predisposição genética, idade avançada, obesidade, gravidez, câncer, tabagismo, quimioterapia, uso de hormônios e varizes. Quanto maior o número desses fatores, maior é a chance de o paciente desenvolver esse tipo de trombose", explica o médico. Entre os sintomas estão dor, edema e endurecimento da panturrilha.
 

Já a trombose arterial, na maioria das vezes, ocorre ante um processo de aterosclerose arterial, que é a formação de placas de gordura e cálcio na parede da artéria. Entre os fatores de risco para esse tipo de trombose estão o tabagismo, diabetes, hipertensão, colesterol alto, sedentarismo, obesidade, histórico familiar e idade avançada. Os principais sintomas, nesse caso, são: dor súbita ao caminhar, alteração da sensibilidade (dormência ou formigamento), alteração de motricidade, diminuição da temperatura, palidez ou cianose (coloração azulada na pele).
 

O tratamento da trombose venosa profunda visa facilitar e dissolver esse coágulo, evitar a progressão da doença e diminuir os riscos de ele se soltar e causar embolia pulmonar, que pode ser fatal. "Os anticoagulantes são os medicamentos mais utilizados, nesse caso. Meias elásticas são indicadas para melhorar os sintomas e diminuir as chances de síndrome pós-trombótica. Elas auxiliam a diminuir a dor e inchaço nas pernas", detalha o cirurgião vascular. Para alívio da dor o médico pode prescrever analgésicos; em alguns casos são recomendados anticoagulantes.
 

Já a trombose arterial vai ser tratada a depender da gravidade do caso. "Pode variar desde um tratamento clínico até cirurgias complexas, que podem ser feitas por via endovascular ou aberta, como pontes de safena e uso de próteses sintéticas. Em casos avançados a trombose pode inviabilizar o membro pela falta de oxigenação para os tecidos, nesse caso a cirurgia de amputação é a única escolha possível, para poder salvar a vida do paciente", explica o médico do Hospital CEMA.
 

Além do controle da pressão arterial, diabetes e colesterol alto e do peso adequado, é importante praticar atividades físicas regularmente, evitar o cigarro, usar meias elásticas (principalmente as pessoas que tiverem varizes), movimentar-se assim que possível, após uma cirurgia, e em viagens longas. Beber bastante água, comer alimentos saudáveis também entram como medidas preventivas importantes.



Foto: Freepik


quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Entenda a escoliose

 


Entre as condições da coluna sobre a qual mais ouvimos falar está a escoliose. Porém, nem sempre sabemos ao certo o que é a condição e o que há causa. Ainda, há dúvidas sobre formas de identificar o problema e de tratamento. Por isso, junho foi determinado como o mês de conscientização sobre a Escoliose, para que seja disseminado conhecimento sobre esse mal da coluna.

A escoliose é caracterizada por uma curvatura anormal da coluna, determinada pela rotação das vértebras. Dessa forma, a coluna vertebral, em vez de reta, fica com uma aparência de "C" ou de "S". Existem três principais tipos de escoliose, como explica o ortopedista dr. José Thiago Portela Kruppa, especialista em deformidades da coluna vertebral da Clínica SO.U:

• Idiopática: responsável por cerca de 80% dos casos, não tem causa definida. Afeta principalmente crianças e adolescentes e, majoritariamente, meninas jovens, entre 10 e 15 anos.

• Neuromuscular: um efeito colateral de condições que debilitam os músculos de forma que esses não consigam sustentar a espinha.

• Congênita: é o tipo menos comum e causada por uma falha na formação da coluna vertebral ainda no desenvolvimento antes do nascimento.

Estima-se que mais de 6 milhões de brasileiros tenham escoliose idiopática e que cerca de 2% a 4% da população mundial tenha a condição diagnosticada. Alguns desses desvios podem ser assintomáticos, porém, os sintomas mais comuns incluem:

• Ombros desiguais/ desnivelados

• Cabeça não centrada diretamente acima da pélvis

• Um lado do quadril, ou ambos, mais alto

• Costela mais saliente

• Linha da cintura desigual

• Textura ou aparência da pele sobre a espinha com alterações

• Corpo pendente para um lado

"Ainda, devido às alterações no tamanho e formato do tórax, é possível haver complicações respiratórias. Também é possível em casos mais severos haver danos nos nervos das pernas e/ou causar desconfortos na bexiga ou intestino", diz o médico.

A escoliose pode ser tratada e em casos de crianças, o diagnóstico prematuro é essencial. O tratamento varia de acordo com a gravidade da condição, que varia de leve a severa, dependendo do ângulo da curvatura da coluna. "Em casos mais brandos, podem ser indicados, a princípio, apenas a observação do desenvolvimento do quadro, o uso de colete e fisioterapia para fortalecimento dos músculos da região. Ainda, pode ser recomendada cirurgia, para situações nas quais é observado o progresso da curvatura, principalmente em crianças, e, para adultos, quando o grau da curvatura for superior a 50°", explica Dr. José Thiago.

É importante que, ao suspeitar da possibilidade de escoliose, um médico seja procurado para realização dos exames necessários para diagnóstico, como raio-x, tomografia ou ressonância. Se constada, é importante o início de tratamento e monitoramento especializado, para que problemas futuros sejam evitados.